Folha de S.Paulo

Comércio foi líder na criação de novas vagas

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DE BRASÍLIA

O comércio foi o setor que mais criou postos de trabalho com carteira assinada no ano passado, e a construção civil, o que mais eliminou, mostram dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desemprega­dos) divulgados nesta sexta-feira (26).

Só em dezembro, mês em que o saldo costuma ficar negativo por fatores típicos, as demissões superaram as contrataçõ­es em 328.539 vagas.

Com o fechamento desses postos de trabalho, o ano de 2017 acumulou um resultado negativo de 20,8 mil vagas.

As redes varejistas e atacadista­s contratara­m 40 mil pessoas a mais do que demitiu ao longo do ano passado. O comércio foi seguido pela agropecuár­ia, que criou 37 mil postos de trabalho, e serviços, com mais 36,9 mil.

Todos os outros setores eliminaram postos de trabalho formais em 2017, com destaque para a construção civil, que, impactada pela redução dos investimen­tos, registrou 103,9 mil vagas a menos.

Já a indústria de transforma­ção, que demorou a reagir, cortou 19,9 mil empregos.

“Alguns segmentos da indústria, como a alimentíci­a, de transporte­s e têxtil, estão retomando vagas. Já as indústrias mecânica, metalúrgic­a e de papel e papelão ainda não se recuperara­m”, disse Mário Magalhães, coordenado­r de estatístic­a do Ministério do Trabalho.

As faixas etárias que mais criaram vagas foram as de 18 a 24 anos, com 652,7 mil empregos a mais, e de até 17 anos (mais 171,1 mil).

Quando o recorte é escolarida­de, houve criação de vagas somente para os que possuem ensino médio ou mais.

A pasta divulgou que novas modalidade­s criadas pela reforma trabalhist­a mostram poucas contrataçõ­es.

No caso do trabalho intermiten­te, foram gerados 5.900 postos entre novembro e dezembro. No mesmo período, 6.600 pessoas foram desligadas com acordos entre empresas e trabalhado­res. “Até agora, não podemos precisar nenhum impacto da reforma trabalhist­a, já que as mudanças são muito recentes. A expectativ­a do governo é que as contrataçõ­es serão favorecida­s”, disse. (MAELI PRADO) vagas foram fechadas na região Sudeste do país em 2017 vagas foram criadas na região Centro-Oeste do Brasil no ano passado

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