Folha de S.Paulo

Ex-ginasta quer escrever livro sobre sua vida

- FÁBIO ALEIXO

Concluir a faculdade de psicologia, na qual está no segundo semestre, e lançar um livro contando a sua trajetória de vida e a batalha travada desde o acidente sofrido há exatos quatro anos. Essas são algumas das metas estabeleci­das pela ex-ginasta Lais Souza, 29.

“Gostaria de seguir para a psicologia esportiva, por ter vivido muito tempo no meio. Mas não tenho uma ideia muito certa. Estou conhecendo melhor cada área de atuação”, disse à Folha.

“O livro eu tenho muita vontade de fazer. Vou me preparar para isso.”

O ingresso no esporte paraolímpi­co é algo mais distante no momento. Em 2016, ela experiment­ou disputar jogos de bocha.

“Minha agenda está muito lotada. Estou sem espaço para fazer algum esporte, me dedicar bem aos treinos. Talvez eu consiga no futuro”, disse.

A agenda de Lais é ocupada atualmente pelas aulas na universida­de em Ribeirão Preto, sessões semanais de fisioterap­ia e palestras motivacion­ais.

São essas palestras que contribuem para a renda mensal e custeiam o tratamento e os três cuidadores que a acompanham 24 horas por dia.

Lais conta ainda com patrocínio do Centro Universitá­rio Estácio —que também lhe dá bolsa de estudos—, auxílio financeiro da CBDN (Confederaç­ão Brasileira de Desportos na Neve) e pensão vitalícia mensal desde 2015 —o valor atual do benefício é de R$ 5.645,80.

“Assim vou conseguind­o pagar o mês”, disse.

Na parte física, Lais evolui em ritmo lento, mas que a deixa satisfeita. Ela gosta de registrar cada passo no Instagram. São vários vídeos feitos.

“Consigo mexer do peito para cima. Recuperei muito pouco dos movimentos, mas a sensibilid­ade melhorou demais”, disse a ex-ginasta, que visita periodicam­ente os médicos que a operaram e trataram nos EUA.

Apesar de ter passado quatro anos do acidente, Lais ainda tenta se adaptar à nova realidade.

“É difícil comparar com a vida de antes. Mas me esforço para caramba para não deixar as coisas saírem dos trilhos.”

Ela acompanhar­á a Olimpíada e a Paraolimpí­ada de Inverno pela TV.

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