Empresa diz entregar tudo que está disponível
a política de pagar propina do grupo foram preservados.
Ele escolheu dois alvos que, na opinião dele, foram poupados:alémdeFerro,tem atacado Newton de Souza, que o substituiu na presidência do grupo em dezembro de 2015, quando Marcelo deixou o cargo por estar na prisão.
Marcelo acusa Newton de conhecer todo o esquema de pagamento de propina e de ter se beneficiado de pagamentos de bônus por meio de caixa dois. Segundo ele, Newton recebeu R$ 70 milhões em bônus fora do Brasil, em operação feita pelo departamento de propina.
Enquanto outros executivos tiveram de devolver os bônus que receberam fora do Brasil, Newton foi poupado, segundo conversas de Marcelo com aliados que mantém na Odebrecht.
Newton deixou a presidência da Odebrecht em maio 2017 e agora é o segundo na hierarquia do conselho de administração da holding, logo abaixo de Emílio Odebrecht, pai de Marcelo.
Marcelo também reclama que o acordo atribuiu a ele crimes na Petrobras que não cometeu. Por contas dessa visão, Marcelo brigou com o pai, com a irmã que é casada com Ferro, Mônica Bahia Odebrecht, e até com a mãe durante os dois anos e meio que ficou na prisão. Na volta para casa, ele só reatou relações com a mãe.
DE SÃO PAULO
A Odebrecht disse em nota que não houve destruição de nenhuma prova no acordo de colaboração da empresa. Segundo a empresa, “o princípio da colaboração ampla, detalhada e contínua da Odebrecht com as autoridades é de apresentação de todas as provas disponíveis, não de omissão e muito menos de destruição de qualquer uma delas”.
Para a empresa, o fim das atividades do Setor de Operações Estruturadas “nada tem a ver com destruição de provas, mas com a cessação de suas atividades” e com a preservação de provas. Esse processo, diz a empresa, foi relatado à força-tarefa da Operação Lava Jato.
“Orobusto,volumosoedetalhado material probatório, consubstanciadoeme-mails, documentos, contratos, hard disks e arquivos eletrônicos, entregueàsautoridadesbrasileiraseestrangeirasejápericiadopelaPoliciaFederalcomprova a qualidade e eficácia da colaboração da empresa”.
Segundo a Odebrecht, o departamento de operações estruturadas dispunha de dois sistemas digitais (DrousyseMyWebDay)eambosforam entregues às autoridades. No caso do MyWebDay, a companhia colocou à disposiçãomaisde30milarquivos.Arquivoslocalizadosem investigações internas, que não faziam parte do acordo, também foram entregues.
As eventuais lacunas, de acordocomanota,devem-se a fatos que a companhia não tem controle: “A Odebrecht esclareceuaoJuizda13ªVara Federal de Curitiba que não dispõedecredenciaisdeacesso a dados cifrados do sistema MyWebDay, que se encontraatualmenteapreendido, custodiado e gerenciado pelas autoridades suíças”.
A nota diz ainda que “a empresa está realizando todososesforçoscomoobjetivo de colaborar e auxiliar as autoridadesnasinvestigações”.