Folha de S.Paulo

Parlamenta­res dizem usar verba para manutenção

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DE BRASÍLIA

Senadores e deputados defenderam o recebiment­o do auxílio-moradia afirmando não serem os únicos e não haver impediment­o legal.

O senador Pedro Chaves (PSC-MS) afirmou que usa o dinheiro para pagar custos de seu escritório político no Estado, apesar de o Senado ter verba específica para isso.

“É que mantenho um gabinete um tanto grande em Mato Grosso do Sul, minha base. Atendo 79 municípios. Todos os vereadores e prefeitos vêm pra cá semanalmen­te (...), o valor não é para minha casa, mas para o gabinete.”

Chaves defendeu o pagamento do auxílio a todos os senadores, o que permitiria vender os apartament­os funcionais em Brasília. “É muito pior ter apartament­os funcionais, que têm três ou quatro suítes, aquilo ali é que é um escândalo. Eu moro em um flat no [hotel] Meliá, de um quarto e uma saleta”.

O senador José Agripino (DEM-RN) disse que conta com auxílio porque pediu apartament­o funcional, mas não recebeu. E que usa o dinheiro para manutenção de sua casa própria em Brasília.

“No apartament­o funcional todas as despesas são pagas pelo Senado. A Casa que eu moro tem despesas de manutenção o tempo todo, é uma casa de 25 anos. Recebo uma coisa que o regimento do Senado dá direito, não sou o único. E a razão de receber é que o Senado não tem apartament­o para todos.”

O deputado Heráclito Fortes (sem partido-PI) afirmou que as regras da Câmara não vedam esse recebiment­o e que usa o dinheiro para pagar vigias de sua casa, no Lago Sul, região nobre de Brasília.

Rubens Bueno (PPS-PR) disse que o fato de se deslocar do Paraná, onde mora, para semanalmen­te trabalhar em Brasília justifica o recebiment­o do benefício.

“Recebo porque meu domicílio e minha residência é em Curitiba e eu vou prestar serviço toda semana em Brasília. (...) Utilizo para minhas despesas, tenho condomínio, tenho despesas de Brasília.”

Danilo Forte (sem partidoCE) afirmou que solicita o benefício porque tem despesas para manter duas casas, sendo uma em Brasília. Os demais parlamenta­res não respondera­m ou não foram localizado­s.

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