Papéis invertidos
O GOL do Palmeiras aos 2 minutos do primeiro tempo obrigou o Santos a sair para construção do jogo, como não foi seu estilo neste início de 2018. Roger Machado seguiu tentando o segundo gol até os 10 minutos. Depois disso, recuou. Diferente do que dizem as histórias dos dois técnicos da nova geração, o Santos teve posse de bola e o Palmeiras tentou o contra-ataque.
“Este foi o jogo em que menos tivemos a bola”, lamentou Roger Machado. De positivo, Felipe Melo. Pela terceira vez em cinco jogos, o volante foi o destaque individual do líder do Campeonato Paulista. De seus 29 passes na partida, só errou um. Também realizou cinco desarmes.
Simbólico é ouvir os cantos das arquibancadas
PALMEIRAS
comparados com um ano atrás. Felipe Melo segue ouvindo: “O Bagulho é louco, Felipe Melo pitbull cachorro louco”. Você pode achar bonito ou feio o canto da torcida, mas ele segue intacto há um ano.
Com Borja é diferente. Quando chegou ao aeroporto de Guarulhos, em fevereiro de 2017, a música dizia que Borja vinha aí e o bicho ia pegar. Como não pegou, o centroavante colombiano escuta simplesmente: “Borja, Borja”. Só que agora é o goleador do Palmeiras no ano, com dois gols, como Thiago Santos e Keno.
Chegou à artilharia entre caneladas, lançamentos e finalizações.
Há protestos quando atrasa jogadas ou perde gols, como aconteceu
SANTOS
aos 3 minutos do segundo tempo, depois de um passe de Dudu que o deixou frente a frente com Vanderlei. Pouca gente notou que a última bola do primeiro tempo foi num lançamento longo para Dudu, que dominou errado e perdeu a chance.
Minutos depois de a arquibancada do Allianz Parque protestar contra o gol perdido de Borja, o colombiano iniciou jogada pela esquerda, serviu Willian e pegou a sobra da jogada na entrada da área, para marcar seu 12º gol pelo Palmeiras.
Contra o Santos, Roger Machado puxou Felipe Melo para fazer a saída de jogo junto com os zagueiros e esticou os dois laterais depois do meio de campo. Próximo ao volante e aos zagueiros, Lucas Lima. Está ainda longe da grande área. O treinador pede que ele entre mais na região onde pode fazer gols.
Sem fazer sua melhor atuação, o Palmeiras mostra evolução e é o único time, dos 20 que disputarão a Série A do Brasileiro, ainda com 100% de aproveitamento, depois de cinco jogos.
O Santos é diferente. Venceu duas vezes fora de casa, não ganhou nenhuma das partidas disputadas como mandante e não conseguiu ganhar o clássico.
Jair Ventura tentou Sasha como centroavante, para atrair os zagueiros e abrir espaços para as infiltrações de Vecchio, Arthur Gomes e Copete. Nem Sasha jogou bem, nem os meias invadiram a defesa palmeirense.
Falta um meia mais criativo do que Vecchio. A solução pode passar por Gabriel, alternativa para jogar pela direita, como centroavante ou como meia de ligação (veja abaixo).
Mas falta muita velocidade para fazer a bola sair da defesa para o ataque e chegar em condição de incomodar rivais mais fortes. Com Gabriel, o menino Rodrygo pode ter com quem conversar. Não é a sua hora ainda, mas repare como sempre toca de primeira.
Diferente do que pregam os dois técnicos, o Santos teve posse de bola e o Palmeiras tentou o contra-ataque