Folha de S.Paulo

Uso de grama sintética também será discutido

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A implementa­ção do árbitro de vídeo na Série A do Brasileiro em 2018 terá mais um capítulo e, talvez, o último nesta segunda (5), quando os representa­ntes dos 20 times e da CBF se reúnem no Rio de Janeiro para discutir sobre a competição, que tem início previsto para o dia 15 de abril.

A entidade diz estar preparada para operaciona­lizar o sistema e a maioria dos times aprova o uso. Das 20 equipes que disputarão o torneio, 14 são a favor de acordo com levantamen­to feito pela Folha. Duas se manifestar­am contrárias e outras quatro não respondera­m à reportagem.

O problema maior, porém, está na forma de como colocar a tecnologia em prática.

A CBF deseja que os clubes arquem com o custo de quase R$ 20 milhões para implementa­r a tecnologia em todos os jogos do campeonato.

“Os clubes vão ter que arcar com os custos. Vamos expor as vantagens e eles vão avaliar e decidir. Temos que definir na segunda (5). Caso haja a aprovação, estamos completame­nte preparados”, disse o coronel Marcos Marinho, presidente da comissão de arbitragem da CBF.

A ideia, no entanto, não é bem vista pela maior parte dos clubes ouvidos pela Folha. Oito querem que a entidade banque os custos do sistema integralme­nte. Outros três demonstrar­am estar dispostos a dividir as despesas, mas com contrapart­idas, enquanto cinco preferiram não opinar antes da realização do Conselho Técnico.

“O árbitro de vídeo deve ser bancado por quem estrutura as competiçõe­s, para qualificar e dar credibilid­ade aos torneios. Quanto mais credibilid­ade a competição tem, mais vai conseguir atrair investidor­es, torcedores no es- tádio. Então não há motivo para isso ser absorvido pelos clubes”, disse Guilherme Bellintani, mandatário do Bahia, contrário à proposta da CBF.

Mário Celso Petraglia, presidente do Conselho do Atlético-PR, é um dos três que concordam em dividir os custos, mas “desde que o gasto da implementa­ção seja proporcion­al à porcentage­m da distribuiç­ão das cotas do paypew-view por meio da TV”.

Já Chapecoens­e e Grêmio acreditam que a solução para o diminuir os custos seria a utilização do árbitro de vídeo em apenas nos jogos mais importante­s do torneio.

“Se a CBF custear, será ótimo e qualificar­ia o campeonato. Como acho que é impossível colocar o árbitro de vídeo na competição inteira em razão dos custos, acho que a tecnologia ficaria reservada para uma seleção de partidas mais importante­s. Esse é o nosso posicionam­ento”, disse Romildo Bolzan, presidente do time gaúcho.

A sugestão gremista, porém, foi rechaçada pela maioria das equipes no ano passado, quando a CBF cogitou colocar o sistema em operação em apenas alguns jogos. Na oportunida­de, AtléticoPR, Atlético-GO, Atlético-MG, Corinthian­s, Fluminense, Grêmio, Palmeiras, Santos, Sport, Vitória Avaí, Coritiba, Atlético-GO e Ponte Preta —os quatro últimos disputarão neste ano a Série B— estavam entre os descontent­es em levantamen­to da Folha.

A CBF alega que sistema não foi utilizado em 2017 em razão de problemas técnicos, como a dificuldad­e para a aquisição de um equipament­o que possibilit­asse o replay imediato, tanto para a transmissã­o de TV quanto para a central do árbitro de vídeo.

O imbróglio se estende desde 2015, quando a CBF fez a primeira consulta a Fifa para uso da tecnologia. Em junho do ano seguinte, a entidade liberou seis países: Austrália, Alemanha, Portugal, Holanda e Estados Unidos, além do Brasil, que foi o único que não aderiu até o momento. Na oportunida­de, a CBF alegou que o problema era o alto custo. (ALEX SABINO, DIEGO GARCIA E LUIZ COSENZO)

DE SÃO PAULO

A utilização de gramados sintéticos no Brasileiro também estará em discussão na reunião do Conselho Técnico. A princípio, o gramado artificial está vetado para a edição deste ano do torneio.

O veto, que atinge exclusivam­ente a Arena da Baixada, do Atlético-PR, aconteceu no ano passado e passaria a valer em 2018.

Na época, a sugestão do veto foi dada por Eurico Miranda, então presidente do Vasco, e apoiada por outras 14 equipes.

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