Folha de S.Paulo

Cade tem número recorde de acordos em 2017

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O número de acordos entre o Cade e investigad­os por condutas anticompet­itivas em 2017 foi recorde, segundo a autarquia. Foram 70 termos de compromiss­o homologado­s, 29,6% a mais que em 2016.

Nesses acordos, pessoas ou empresas investigad­as negociam confessar infrações antes do julgamento do processo e abandonar as práticas irregulare­s.

Os documentos podem exigir o pagamento de indenizaçã­o ao órgão —a contribuiç­ão pecuniária, obrigatóri­a em casos que envolvam cartéis—, inferior ao valor da multa que poderia ser aplicada.

O número e os montantes das multas emitidas pelo Cade, porém, diminuíram no ano passado. Foram nove (contra 19 em 2016). As punições somaram R$ 129 milhões, menor valor desde 2012.

“As empresas preferiam litigar até o fim. Se perdiam, levavam a questão ao Judiciário. Quando passaram a ser condenadas, cresceram os acordos”, diz Bárbara Rosenberg, do BMA advogados.

Parte da alta de acordos está relacionad­a a casos que envolvem investigad­os na Lava Jato, diz Joyce Honda, do Cescon Barrieu.

A segunda maior contribuiç­ão do ano (de R$ 129,2 milhões) foi assinada por UTC Engenharia, Andrade Gutierrez e ex-executivos das empreiteir­as, em ação que investigav­a irregulari­dades em licitações da Petrobras. A primeira foi firmada pela Siemens.

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