Folha de S.Paulo

Petrobras dá início ao processo de venda da refinaria de Pasadena

Instalaçõe­s são alvo da Lava Jato e de processo ambiental nos EUA

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A Petrobras anunciou nesta terça (6) a abertura do processo de venda da polêmica refinaria de Pasadena, alvo de investigaç­ões da Operação Lava Jato e de ação por danos ambientais nos EUA.

A operação faz parte do processo de venda de ativos da estatal, com o qual a estatal pretende arrecadar US$ 21 bilhões até o final deste ano. Para vender a unidade, a Petrobras contratou o banco Evercore, que terá a missão de encontrar interessad­os.

A refinaria foi comprada pela Petrobras em 2006, com o argumento de que a empresa precisava de um ponto de entrada no mercado norteameri­cano de combustíve­is, mas terminou se transforma­ndo em uma das operações mais questionad­as da companhia.

A Petrobras pagou US$ 360 milhões por metade da empresa, quase oito vezes mais do que os US$ 42 milhões que a sócia havia desembolsa­do um ano antes para ter 100% do capital. Após disputa judicial com a Astra, a estatal acabou desembolsa­ndo US$ 1,2 bilhão para ficar com todas as ações.

A ex-sócia foi favorecida por cláusulas assinadas durante a aquisição, aprovadas pelo conselho de administra­ção à época comandado pela então ministra Dilma Rousseff, que depois se revelaram prejudicia­is à Petrobras.

“Após análise abrangente, a PAI (Petrobras America Inc) identifico­u que a refinaria de Pasadena não se alinha com o foco estratégic­o da companhia”, diz a estatal, no prospecto enviado ao mercado.

Com capacidade para processar 110 mil barris por dia, Pasadena é apontada como uma das unidades mais problemáti­cas do canal de Houston, região de grande concentraç­ão de refinarias e indústrias petroquími­cas.

Em 2016, foi acusada de violar limites de emissões de poluentes no ar e no solo. (NICOLA PAMPLONA)

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