Embraer e Bombardier veem entraves no mercado chinês
Política restringe entrada no país, dizem brasileira e canadense
Embraer e a Bombardier estão de olho no mercado chinês com uma oferta limitada de aeronaves de pequeno porte para as companhias aéreas regionais, que estão autorizadas apenas a operar jatos com cem assentos ou menos, de acordo com os executivos das fabricantes de aeronaves.
Uma política governamental destinada a impulsionar a oferta de voos domésticos nos mercados secundários da China exige que companhias aéreas operem pelo menos 25 jatos com 100 lugares ou menos antes de se credenciarem para aeronaves maiores, disseram os executivos.
A política da Administração da Aviação Civil da China (Caac, na sigla em inglês), emitida em 2016, mas nunca publicada na sua totalidade, exclui o mais novo jato da Embraer E190-E2 e os jatos C Series da Bombardier.
Procurada nesta quarta (7), a Caac não se pronunciou.
O presidente da unidade de aviação comercial da Embraer, John Slattery, disse que a política foi projetada para estimular a atividade econômica além da costa leste da China, fortemente povoada.
“Ao olhar para os termos detalhados do documento de política, o E175 é um avião ideal para ser compatível com a política e atender a esses requisitos”, disse à Reuters no Singapore Airshow. O E175 tem cerca de 80 assentos.
O chefe de vendas da Bombardier Commercial Aircraft, Colin Bole, disse que vê as regionais chinesas “se capacitando para os jatos C Series”, mas o limite de cem lugares pode atrasar a proliferação do avião no país.
“Vamos chegar ao ponto em que o C Series terá uma presença significativa na China”, disse Bole. “Mas, devido a essa polarização nesta fase, haverá um atraso antes que isso realmente aconteça.” PARTE PREJUDICADA Slattery afirmou que a Embraer foi a “parte prejudicada” na disputa comercial entre Boeing e Bombardier.
A comissão de Comércio dos EUA concedeu no mês passado uma inesperada vitória para a Bombardier sobre a Boeing, em uma decisão que permite à empresa canadense vender jatos para as empresas aéreas nos EUA sem pesados encargos.
A Embraer, concorrente mais direta da Bombardier no mercado de jatos menores de passageiros, apoia uma queixa separada do governo brasileiro contra o Canadá na OMC, disse Slattery.