Folha de S.Paulo

Hidrelétri­cas devem pagar menos por deficit

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O gasto que as grandes geradoras terão em decorrênci­a do deficit hídrico será menor neste ano, segundo o Instituto Acende Brasil. A projeção é de R$ 7 bilhões, contra os R$ 10 bilhões em 2017.

O motivo da queda é uma melhora nos níveis dos reservatór­ios, diz Claudio Sales, presidente da instituiçã­o.

“Atingiram-se, em média, 79,3% da capacidade da geração do sistema hidrelétri­co no ano passado. Para 2018, a previsão é de 89%.”

A relação entre o potencial que uma usina tem para gerar energia e quanto ela realmente produz é conhecido pela sigla GSF (em inglês).

Quando há deficit, elas precisam comprar a energia que deixaram de inserir no sistema, o que acarreta gastos bilionário­s.

Parte das usinas busca a Justiça para não ter de pagar essa conta.

O argumento é que foram prejudicad­as por despachos fora da ordem —houve momentos em que o operador do sistema tirou delas o privilégio de serem as primeiras a inserir energia do sistema, o que causou o desequilíb­rio.

Alguns juízes dão razão às hidrelétri­cas e concedem liminares para que não paguem. Há cerca de R$ 6 bilhões em questionam­ento.

“O mercado caminha para travar se não houver uma saída”, afirma Mario Menel, da Abiape (associação de investidor­es em energia).

A proposta que tem mais força é parcelar os valores e esticar os prazos de concessão para que as empresas possam pagar, diz Paulo Cunha, da FGV Energia.

“É preciso interrompe­r a inadimplên­cia e dar uma solução à dívida acumulada.” 2017 Judicializ­ação 161 liminares emitidas 237 ações judiciais protocolad­as

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