Folha de S.Paulo

Temer volta a cogitar reforma após eleição

Planalto teme derrota em mudanças na Previdênci­a e recebe avaliação de que base defende adiamento da votação

- TALITA FERNANDES GUSTAVO URIBE RANIER BRAGON

Eunício afirma que proposta ‘pode sair em novembro’; Maia diz que agenda dependerá de novo presidente

Com a resistênci­a do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em pautar a reforma da Previdênci­a caso não haja votos suficiente­s, o presidente Michel Temer voltou a avaliar a possibilid­ade de retomar a proposta em novembro, após a campanha eleitoral.

Na volta do recesso parlamenta­r, o Palácio do Planalto recebeu a avaliação de que cresceu na base aliada a defesa de um adiamento da votação da reforma.

A previsão inicial é que o texto comece a ser discutido na Câmara no dia 19 de fevereiro e a intenção é que seja votado até o dia 28. Pelo cálculo mais recente feito pelo governo, há 270 votos favoráveis, número abaixo dos 308 necessário­s.

Em conversas reservadas, deputados indecisos têm afirmado que só votam a favor da reforma caso haja uma perspectiv­a de vitória.

Eles dizem que não pretendem colocar em risco suas reeleições por uma iniciativa com chance alta de perda.

Para evitar uma derrota que enfraqueça ainda mais a imagem do governo, auxiliares e assessores presidenci­ais avaliam que um adiamento para novembro não é o melhor cenário, mas pode ser o menos ruim.

A hipótese foi aventada nesta quinta-feira (8) pelo presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), em café da manhã com jornalista­s. (7) pelo relator Arthur Maia (PPS-BA).

Para tentar atrair mais votos, o relator incluiu o pagamento integral da pensão para viúvos e viúvas de policiais mortos em combate.

O governo Temer discute também uma regra de transição mais branda para servidores e policiais, modificaçã­o no acúmulo de aposentado­ria e pensão e uma idade mínima de 55 anos para agentes penitenciá­rios.

“Se elas tiverem apoio parlamenta­r consistent­e, poderão ser incluídas no texto final até o dia 28 de fevereiro”, disse Marun.

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