Juiz condena ex-diretores do Panamericano
Sete executivos foram responsabilizados por fraudes que, entre 2007 e 2010, alcançaram cerca de R$ 1,6 bilhão
Controlador do banco à época era Silvio Santos; Caixa chegou a ter parte da instituição, que foi vendida ao BTG Pactual
Sete ex-diretores do banco Panamericano foram condenados pelo juiz João Batista Gonçalves, da 6ª Vara Criminal Federal em São Paulo, por crimes financeiros cometidos entre 2007 e 2010.
À época o banco era controlado por Silvio Santos. A instituição foi vendida para o BTG Pactual em 2011.
A fraude, segundo a decisão judicial, consistia na contabilização indevida de operações de cessões de crédito, induzindo ao erro sócios minoritários, investidores, o Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários.
Segundo a decisão, baseada em balanço elaborado pela nova administração do Panamericano, a fraude alcançou cerca de R$ 1,6 bilhão em novembro de 2010. FRAUDES As investigações apontam que as irregularidades começaram em 2006 na venda de carteira de créditos a outras instituições. O Panamericano vendia os créditos, mas continuava contabilizando como ativos. Outra fraude era o registro de negócios com valor superior ao real.
No ano seguinte, o Panamericano lançou ações na Bovespa. O balanço inflado fez com que a avaliação de mercado das ações fosse positiva e a captação foi considerada um sucesso.
Em 2009, a Caixa Econômi- ca Federal anunciou ter adquirido 35% do capital social do Panamericano (49% do capital votante e 20% do não votante) com planos de expandir o crédito imobiliário para a baixa renda.
“A aparência de regularidade financeira permitiu induzir em erro todos os que mantinham relacionamento com o Panamericano”, afirmou o juiz na sentença.
Entre os condenados estão o ex-presidente do conselho de administração do banco Luiz Sebastião Sandoval (6 anos e 6 meses em regime inicial semiaberto), o ex-diretorsuperintendente Rafael Palladino (8 anos e 6 meses de reclusão em regime inicial fechado) e o ex-diretor financeiro Wilson Roberto de Aro (12 anos e 6 meses de reclusão em regime inicial fechado).
Além deles, foram condenados o então chefe de contabilidade, Marco Antônio Pereira da Silva (2 anos de prisão em regime inicial aberto), e o ex-diretor de controladoria Cláudio Baracat Sauda (5 anos de prisão em regime inicial semiaberto). Já o ex-diretor de crédito Adalberto Savioli foi condenado a 6 anos e 6 meses de reclusão em regime inicial semiaberto, e o exdiretor jurídico Luiz Augusto Teixeira de Carvalho Bruno, a 2 anos de reclusão em regime inicial aberto.
Outros dez acusados foram absolvidos.