Marginal Tietê será recapeada até junho
O prefeito João Doria (PSDB) promulgou lei que estabelece o fechamento do elevado Presidente João Goulart, o Minhocão, uma hora e meia mais cedo em dias úteis e durante o sábado inteiro.
A legislação, assinada por vereadores da oposição e da base aliada, trata da oficialização da criação do parque Minhocão e desativação gradual do elevado, que liga o centro à zona oeste.
Em 30 dias, a via passará a ser fechada durante todo o sábado. Atualmente, isso ocorre a partir das 15h.
Além disso, em até 90 dias, o horário de abertura do elevado para veículos passará a ser das 7h às 20h —hoje é das 6h30 às 21h30.
O prefeito, porém, vetou artigo que possibilitaria que o espaço passasse a funcionar, em curto prazo, como um parque de maneira permanente. Por exemplo, o trecho que previa fechamento da via para carros nas férias escolares, em janeiro e julho, ficou de fora da nova legislação.
Doria justificou que estudos técnicos da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) chegaram à conclusão de que a via não pode ser desativada até que “se proceda às melhorias no sistema viário a ser impactado em decorrência da desativação da via elevada em questão”.
A lei prevê a criação de um conselho gestor para o parque, mas limita o poder do grupo, ao deixar de fora trecho que previa que o órgão teria funções “deliberativas, consultivas, normativas ou fiscalizadoras”. A Folha apurou que parlamentares ainda não desistiram de fazer o prefeito mudar de ideia em relação ao menos a parte dos vetos.
“A reabilitação do centro tem início com o parque Minhocão. São Paulo reconhece o equívoco da carro-dependência, e inicia uma nova fase de mobilidade inteligente, coletiva e ativa”, disse o o vereador José Police Neto (PSD), autor da lei e um dos principais idealizadores do parque.
A desativação gradual do elevado já estava prevista no novo Plano Diretor, aprovado em 2014. Agora, a prefeitura terá de apresentar um PIU (projeto de intervenção urbana), para detalhar o futuro do plano de transformar o Minhocão em parque, dentro do prazo de 720 dias.
Os únicos pontos previstos são a transformação total ou parcial em parque. Foi vetada a possibilidade do desmonte total da estrutura, o que é motivo de polêmica.
Enquanto há grupos favoráveis à transformação da estrutura em parque, há pessoas que cobram a retirada do elevado da região.
O grupo Desmonte Minhocão emitiu nota afirmando que Doria “perpetua monstrengo do Minhocão, imposto pelo [Paulo] Maluf”.
O grupo afirma que a lei é um crime contra os moradores da região e que o Minhocão tem problemas de segurança, como mais de 1.500 pontos de infiltração”.
Já Associação Parque Minhocão comemorou a medida. “Para nós é um super avanço”, diz o empresário Athos Comolatti, 63.
O empresário afirma que o fato de ter se tornado oficialmente um parque deve facilitar a conquista de melhorias na infraestrutura do espaço, como a eventual colocação de banheiros, por exemplo.
Avenida do Estado também terá obra
A gestão João Doria (PSDB) anunciou nesta quinta-feira (8) que seu programa de recapeamento, o Asfalto Novo, vai chegar à marginal Tietê e à avenida do Estado.
As interdições das faixas para a troca do asfalto devem acontecer entre as 22h e 5h. Durante o dia, haverá obras de guias e sarjetas.
A marginal Tietê terá toda sua extensão, de mais de 23 km, recapeada. Já a avenida do Estado, que não recebe asfalto novo desde 2012, terá 9,7 km da via refeitos, no trecho entre a marginal Tietê e o viaduto Grande São Paulo.
A previsão para o término dos trabalhos nessas e em outras vias, totalizando 147 km, é 30 de junho.
As reformas fazem parte de uma segunda fase do programa de Doria, com gasto de R$ 200 milhões. A prefeitura pretende usar R$ 45 milhões do Tesouro municipal, R$ 100 milhões do fundo de multas, R$ 25 milhões da SPTrans (empresa de transportes municipal) e mais R$ 30 milhões financiados por um banco.
Segundo a prefeitura, a primeira fase do programa, ainda em curso, tem gasto previsto de R$ 350 milhões, com recape de 257 km de vias. “A prioridade é para as avenidas de grande fluxo”, afirmou Doria.