Folha de S.Paulo

INDEPENDEN­TE COM PARADINHA

- DE SÃO PAULO

- A Independen­te Tricolor, escola criada pela maior torcida organizada do São Paulo, abriu a primeira noite de desfiles do Carnaval paulista tendo como enredo filmes de terror, com referência a figuras como Freddy Krueger e Zé do Caixão.

A escola que estreou no Grupo Especial levantou a arquibanca­da com paradinhas da bateria, mas teve problema mecânico com um carro alegórico e precisou de reboque para continuar a apresentaç­ão. Por isso, já perderá 1,2 ponto.

A primeira noite teria ainda Unidos do Peruche, Acadêmicos do Tucuruvi, Mancha Verde, Acadêmicos do Tatuapé, Rosas de Ouro e Tom Maior. que funciona como uma espécie de classifica­dos entre os vizinhos.

No fim do ano passado, um dos integrante­s, Diego Leporati, 32, teve a ideia de transforma­r a comunidade on-line em bloco de Carnaval.

“O grupo foi crescendo porque tem muita gente legal. Fiquei maravilhad­o quando me mudei para a região e fui aceito. Como sou festeiro para caramba e adoro carnaval, a ideia encaixou bem”, diz Leporati.

A homenagem aos bairros inspirou até uma performanc­e que irá dar o tom do desfile. Dois bonecões vão interpreta­r o casal Cecília e Buarque que, no meio do cortejo, irá gerar o Minhocão, via que corta os bairros. Uma minhoca gigante feita com dez metros de tecido irá serpentear entre os foliões no próximo sábado (17).

“É uma forma também de chamar atenção da população para a necessidad­e de criar o parque Minhocão”, diz ele sobre o projeto que ainda tramita na Câmara Municipal. SOTAQUE A folia organizada longe da muvuca também ajuda a distribuir o Carnaval de rua por bairros onde tradiciona­lmente era só calmaria no feriado.

Até alguns anos atrás, quem morava na Mooca, na zona leste, tinha que se deslocar para outras regiões para participar da festa. Neste ano, a folia chegou até lá e estão previstos ao menos seis desfiles pelas ruas do bairro.

O sotaque tão típico de quem vive no bairro inspirou a criação de pelo menos três deles: Mooressaca, Orra Belo e Moocalor, Meô!.

“Vivemos em um bairro com uma área grande, mas que quase não tinha desfiles de Carnaval”, diz o advogado Ion Miranda, 34, organizado­r do Moocalor, Meô!, programado para sair em desfile pelas ruas neste sábado (10).

Foi justamente a escassez de confete e serpentina na vizinhança que o mobilizou para criar o bloco estreante.

“Até nos totens [de programaçã­o] da prefeitura só tem desfiles no centro, Vila Madalena e Pinheiros. São raros os que saem fora desse eixo na cidade”, diz ele, que convidou o cantor brega Falcão para cantar marchinhas em cima do trio elétrico.

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