Folha de S.Paulo

Pedro do Caminhão, um vereador peculiar

- PEDRO COUTINHO (1951-2017) KELLY MANTOVANI ANTEVALDO RODRIGUES DOS SANTOS (ADINHO) - Aos 72, companheir­o de Silvia Gomara Daffre. Cerimônias no domingo (11/2) às 06h. Velório no Funeral Home, r. São Carlos do Pinhal, 376, Bela Vista, e sepultamen­to no e C

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Foi no anos 1980, durante as andanças pelas estradas do país, que Pedro Coutinho foi surpreendi­do pelo sorteio de uma casa para morar na pequena Mangabeira, em João Pessoa (PB). Nascido em Caiçara (a 143 km de João Pessoa), trabalhou em oficinas mecânicas e tinha o sonho de melhorar a vida das pessoas da cidade que o acolheu.

Com o ofício de caminhonei­ro exercido por muitos anos, adotou a alcunha de “Pedro do Caminhão” e, mesmo com as longas jornadas, sempre estava em contato com lideranças em favor dos mais pobres.

“Era um homem de gênio forte, e de uma capacidade incrível de convencer as pessoas”, lembra o amigo Gonçalves. No início dos anos 1990, se candidatou duas vezes a vereador, sendo o terceiro mais votado em 1996. Exerceu dois mandatos.

De fala fácil e engajado com as pessoas, estava sempre por perto. Chegou a abrir um gabinete dentro da própria casa —além de atender às reivindica­ções da população, tinha serviços de corte de cabelo, odontológi­cos e a distribuía medicament­os. Também tinha um ônibus para o transporte de pessoas com deficiênci­a.

Foi autor de projetos de lei polêmicos, como quando quis emplacar carroças de burro e bicicletas.

Nos últimos tempos, afastado da política, dedicou-se à família e aos amigos. Seus simpatizan­tes em João Pessoa agora lutam para batizar um monumento da cidade em sua homenagem.

Morreu no dia 6, aos 66, após dois meses internado por complicaçõ­es de um AVC (Acidente Vascular Cerebral). Deixa a mulher e cinco filhos. coluna.obituario@grupofolha.com.br 7º DIA 52º MÊS

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