Folha de S.Paulo

Vice dos EUA acena com chance de diálogo com Coreia do Norte

Pence diz, porém, que ‘pressão máxima’ no regime será mantida

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O vice-presidente americano, Mike Pence, declarou que os EUA e a Coreia do Sul acertaram os termos de um engajament­o diplomátic­o maior com os norte-coreanos, primeiro com Seul e depois possivelme­nte com conversas diretas com Washington, sem pré-condições.

Falando ao jornal “Washington Post” a bordo do Air Force Two, Pence disse que Washington manteria sua “campanha de pressão máxima” contra Pyongyang, mas estaria aberto a possíveis conversas ao mesmo tempo.

“O ponto é que nenhuma pressão diminui até que eles realmente estejam fazendo algo que a aliança acredite que representa um passo significat­ivo para a desnuclea- rização”, disse Pence no domingo (11). “Então, a campanha de pressão máxima vai continuar. Mas se você quiser falar, falaremos.”

A perspectiv­a de conversas surge depois de meses de tensão entre Pyongyang, Seul e Washington devido ao programa nuclear da Coreia do Norte. O presidente americano, Donald Trump, e o ditador norte-coreano, Kim Jongun, trocaram insultos e ameaças de destruição.

Trump questionou algumas vezes o propósito de novas tratativas com Pyongyang depois de anos de negociaçõe­s anteriores não conseguire­m deter o programas de armas nucleares do regime.

No ano passado, a Coreia do Norte realizou dezenas de lançamento­s de mísseis e seu maior teste nuclear com o in- tento de desenvolve­r um míssil com ogiva nuclear capaz de atingir os EUA.

As relações entre as duas Coreias deram sinal de melhora nas últimas semanas.

Pyongyang concordou em enviar a delegação mais graduada de sua história para a Olimpíada de Inverno de Pyeongchan­g, no Sul, em manter uma equipe conjunta de hóquei feminino sobre o gelo e em entrar junto com a equipe de Seul na abertura dos Jogos, na sexta (9).

Entre os enviados, então o número 2 do regime de Kim, Kim Yong-nam, e também a irmão do ditador, Kim Yojong, primeira pessoa da família a visitar a Coreia do Sul. O vice de Trump, que também participou da abertura dos jogos, sentou-se a poucas cadeiras de distância dela.

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