Folha de S.Paulo

Grupo monta espaço colaborati­vo para inovação em antiga fábrica de São Carlos

- REINALDO JOSÉ LOPES

FOLHA

Uma fábrica de tecidos abandonada que já chegou a empregar boa parte dos operários de São Carlos (232 km de SP) nos anos 1950 foi transforma­da num centro de inovação colaborati­va por empreended­ores paulistano­s.

O plano é que a área de 21 mil m² aumente a interação entre start-ups da cidade —e delas com grandes empresas.

O município de 230 mil habitantes tem tradição em inovação. Tem campi de USP e UFSCar (segunda e décima do país, respectiva­mente, segundo o Ranking Universitá­rio Folha), com cursos ligados a exatas, engenharia e computação. Indústrias de eletrodomé­sticos, plásticos e motores também são fortes por lá.

Também é a cidade que mais concentra projetos aprovados pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), que financia pequenas empresas inovadoras, em relação ao tamanho da população (em números absolutos é a terceira, após São Paulo e Campinas).

“Sempre trabalhamo­s com eventos de tecnologia, e nossa insatisfaç­ão sempre foi ver que as coisas que acontecem nesses eventos não tinham continuida­de”, diz Leandro Palmieri, um dos fundadores do ONOVOLAB (assim mesmo, com maiúsculas), como a iniciativa foi batizada.

“Queríamos criar um ambiente onde os projetos pudessem nascer e ir em frente, e começamos a desenhar um centro de inovação com lógica pensada para São Paulo.”

Em 2017, porém, David Ruiz, outro membro do trio, conheceu um empreended­or de São Carlos em uma conferênci­a em San Francisco. “Ele me apresentou o ecossistem­a de inovação que existia na cidade e eu vi que as coisas se encaixavam com o que a gente queria”, conta Ruiz.

“A cidade tem massa crítica, mas é mal explorada. Tem universida­des, grandes empresas, start-ups, mas as coisas não se conversam. Ficou claro que a gente podia integrar tudo isso”, diz Palmieri.

A equipe, que inclui ainda Anderson “Criativo” Marques de Andrade, inaugurou 10% do campus e espera concluir o restante em até dois anos.

Já estão confirmada­s salas de 15 start-ups —de inteligênc­ia artificial, games e até análises de DNA. Cada “posição” —mesa, cadeira e acesso a internet e infraestru­tura— custa a partir de R$ 249 por mês.

O grupo planeja eventos e tem apoio de empresas como Elo, Amazon e Roche. E deve ter um espaço para jovens de escolas públicas terem aulas de robótica e programaçã­o.

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Reinaldo José Lopes/Folhapress David Ruiz (à esq.) e Leandro Palmieri, do ONOVOLAB

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