Dom Agenor, o missionário da juventude
O padre Agenor Girardi sempre teve como prioridade trabalhar com a juventude. Em 1975, idealizou a Jornada Jovem em Francisco Beltrão (PR).As jornadas são retiros católicos para reforçar o envolvimento com a igreja. Desde 1975, o município já sediou mais de cem eventos do tipo.
Nascido em Orleans (SC), o quarto filho de um casal de agricultores realizou um sonho da mãe, que queria muito ser freira quando mais nova, mas foi impedida pelo pai.
O filho iria além. Formado em teologia e sacerdote desde 1982, investiu na carreira clerical, que culminou com a nomeação de bispo em 2010, pelo papa Bento 16. Reuniu então a família para dar a notícia: “Vou ser ordenado bispo, mas nada muda. Não posso deixar de lado a humildade.”
Com essa característica, liderou sem se impor. Tinha o talento de lidar com as pessoas, conseguia delegar pela conquista, pela conversa, não dando ordens.
Carismático, gostava de estar em companhia. Evitava fazer refeições sozinho — mesmo que fosse tomar um cafezinho ele convidava alguém para ir junto.
Há dois anos e meio era o bispo de União da Vitória, no Paraná. O período pode parecer curto, mas foi o bastante para que milhares de fiéis fossem homenageá-lo na catedral local.
Morreu na quinta-feira (8), por falência de múltiplos órgãos, seis dias após completar 66 anos. Deixa o irmão Quintino e 12 sobrinhos.
No último final de semana, Francisco Beltrão recebeu a 113ª Jornada Jovem. Devido à morte, o cancelamento foi cogitado. Mudaram de ideia. Sabiam que ele não iria gostar. coluna.obituario@grupofolha.com.br 7º DIA OUTRAS MISSAS São Paulo (SP)