É possível superar a violência?
A palavra de Jesus nos desafia e anima a caminhar. É possível, sim, superar a violência e alcançar a paz construindo a fraternidade
Construir a fraternidade e a cultura da paz, da reconciliação e da justiça é o objetivo da Campanha da Fraternidade deste ano, que lançamos nesta quarta (14). Seu tema é “Fraternidade e superação da violência”, com o lema de inspiração bíblica “Vós sois todos irmãos”, extraído do capítulo 23 do evangelho de São Mateus.
A realidade da violência, com suas múltiplas faces, tem se revelado cada vez mais cruel e assustadora, duramente sentida pela população brasileira e cotidianamente estampada pela mídia.
A vida e a dignidade das pessoas e de grupos sociais mais vulneráveis são continuamente violadas de muitos modos. O assunto é urgente, não pode ser descuidado, nem deixado para depois. Requer a atenção e a participação de todos.
É possível superar a violência? O agravamento da situação, com a dificuldade de respostas justas, parece indicar a muitos que a resposta é negativa. A complexidade do problema, contudo, não pode levar à passividade e ao desânimo, nem a soluções equivocadas de cunho puramente emocional.
As reações de quem justifica a violência ou pretende combatê-la com mais violência são ainda piores.
Precisamos pensar juntos sobre o seu significado e as suas causas para encontrar saídas condizentes com a dignidade humana e a ordem democrática.
A violência permeia também as práticas sociais. Dentre os seus múltiplos fatores está o contexto socioeconômico e cultural. A indignação diante da violência representada pelas situações de exclusão e negação dos direitos fundamentais, especialmente dos pobres e fragilizados, não pode ser menor do que a despertada por crimes bárbaros.
O investimento em segurança pública deveria ser acompanhado por gastos ainda maiores com o objetivo de assegurar condições de vida digna e os direitos fundamentais. A justiça social é o caminho para vencer a violência na cidade e no campo. A paz é fruto da justiça.
Enquanto igreja, acreditamos que é possível, sim, superar a violência, em mutirão, cultivando parcerias e unindo as forças.
Como tarefa coletiva, necessita da atenção e dos esforços de todos, de acordo com os diversos graus de competência e responsabilidade.
Há muito a ser feito por cada um, espontaneamente, nos ambientes em que vive —superando, por exemplo, a agressividade e a intolerância nas redes sociais.
Embora seja importante a ação individual, também necessitamos de iniciativas comunitárias, com olhares atentos para as realidades local e nacional, ambas entrelaçadas.
Se os temas trabalhados pela Campanha da Fraternidade exigem e conclamam a participação dos poderes públicos, isso é ainda mais verdadeiro neste ano, assim como é vital uma maior cooperação da so- ciedade civil organizada.
O ódio, a vingança e o fazer justiça pelas próprias mãos não são respostas; ao contrário, agravam ainda mais a realidade. A busca da justiça que conduz à paz não se faz por meio da violência.
É motivo de esperança a defesa apaixonada da vida, da dignidade e dos direitos de toda e qualquer pessoa humana, testemunhada por muitos que acreditam na fraternidade e na paz.
A palavra de Jesus, “Vós sois todos irmãos”, lema desta Campanha da Fraternidade, nos desafia e anima a caminhar. É possível, sim, superar a violência e alcançar a paz construindo a fraternidade. CARDEAL SERGIO DA ROCHA,
Sobre o caso Tiffany Abreu [atacante no voleibol], há a pergunta: há transexual fazendo o caminho inverso, deixando os times femininos para ingressar nos masculinos? A resposta é não por uma razão simples: entraria em quadra com enorme desvantagem física. Não se trata de direitos humanos ou reconhecimento jurídico do direito de ser mulher. É uma questão meramente atlética, esportiva (“Direitos em quadra”, “Editoriais”, 13/2).
NELSON XISTO DAMASCENO FILHO
É profícua a lembrança de que existem coisas em jogo no jogo, em especial, no esportivo. Oportuno e feliz o título do editorial “Direitos em quadra”, especialmente no reconhecimento de que o esporte deve ser mediado à luz dos direitos humanos e, portanto, da cidadania. No atual debate, o direito à dúvida e à reflexão sobre as questões de gênero é imperativo para a construção de um jogo social mais humano.
WALTER ROBERTO CORREIA,
Minhocão Nabil Bonduki acerta quando afirma que São Paulo tem se tornado uma cidade mais amigável para as pessoas, mas, salvo melhor juízo, equivoca-se ao dizer que a lei que cria o Parque Municipal Minhocão deveria prever a possibilidade do desmonte. A lei municipal n° 16.833 se amolda perfeitamente ao que prevê o Plano Diretor, fazendo uma escolha explícita: a criação do Parque Minhocão. Portanto, a discussão sobre a demolição ou a criação do parque está juridicamente encerrada (“Cidade para as pessoas”, “Opinião”, 13/2).
WILSON LEVY,
Eleição Registro minha indignação com a omissão do Partido Novo da lista de partidos citados na reportagem “Grupos pró-renovação política devem lançar 500 candidatos” (“Poder”, 13/2). Convém ressaltar que o partido, de sólidos princípios liberais, elegeu quatro vereadores em 2016 e tem, até o momento, 284 candidatos em fase de preparação.
JORGE EDUARDO VETTORAZZO
Nizan Guanaes