Folha de S.Paulo

Tríplex atribuído a Lula vale R$ 2,2 milhões, diz perícia de Moro

Avaliação encontra fogão e geladeira, sem uso, dentro do imóvel

- MÔNICA BERGAMO

FOLHA

A avaliação judicial do tríplex atribuído ao ex-presidente Lula, em Guarujá (SP), encontrou um fogão, um exaustor e uma geladeira, sem uso e desligados, no imóvel.

Além disso há armários e camas “em bom estado de conservaçã­o”. Segundo o mesmo laudo, o apartament­o vale R$ 2,2 milhões.

Lula foi condenado a 12 anos e um mês de prisão pela acusação de ter recebido propina da OAS por meio da cessão do tríplex e de reformas feitas nele.

O procedimen­to foi feito a pedido do juiz federal Sergio Moro, da vara de Curitiba responsáve­l pelos processos da Operação Lava Jato, que determinou a venda do imóvel por meio de hasta pública.

Ele tomou a providênci­a depois que a Justiça do Distrito Federal penhorou o tríplex num processo de cobrança de dívidas da OAS. Moro, que atribui o apartament­o a Lula, suspendeu o procedimen­to e determinou a venda do imóvel.

Segundo o laudo, “no primeiro pavimento há uma sala com varanda, cozinha e área de serviço, lavabo e uma suíte” que não existia na planta original, modificada “para a inclusão deste dormitório”.

No segundo pavimento “existem três quartos compactos”, sendo um deles suíte, “um banheiro e um hall de distribuiç­ão”.

No terceiro pavimento há uma sala, churrasque­ira e piscina. Coifa e armários desta área “apresentam sinais de desgaste e ferrugem”.

Um elevador integra os três andares do apartament­o.

“O imóvel possui piso frio em todos os cômodos e armá- rios planejados nos quartos, cozinha, área de serviço, área externa e banheiros”, segue o documento.

A oficial de Justiça que fez a avaliação esclareceu no laudo pericial que se dirigiu ao local e que o porteiro, “sr. Alexandre”, informou que “as chaves do apartament­o ficam com funcionári­os da empresa OAS”.

O funcionári­o deu a ela o telefone da empreiteir­a, que enviou dois funcionári­os ao local. Um deles era a engenheira Mariuza Aparecida da Silva Marques, que foi testemunha do processo contra o ex-presidente.

O fato de o petista nunca ter ficado com as chaves do imóvel e de ele estar até hoje em posse da empreiteir­a é um dos argumentos centrais da defesa de Lula. Os advogados alegam que o apartament­o é da construtor­a e não pode ser atribuído ao ex-presidente.

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