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DE SÃO PAULO
O presidente da África do Sul, Jacob Zuma, renunciou nesta quarta (14) após dias de pressão do próprio partido, o CNA (Congresso Nacional Africano), e de uma série de acusações de corrupção que mancham seu histórico como um dos líderes da luta pelo fim de apartheid ao lado de Nelson Mandela (1918-2013).
Eleito em 2009 e reeleito em 2014, Zuma anunciou a decisão em um discurso de 30 minutos em Pretória transmitido pela TV. Ele afirmou discordar de como o partido que ajudou a erguer exigiu sua saída e se disse injustiçado —o CNA lhe dera ultimato de 48 horas na véspera.
“Cheguei à decisão de renunciar como presidente da República, com efeito imediato”, afirmou. “Apesar de discordar da decisão da liderança da minha organização, sempre fui um membro disciplinado do CNA”, disse.
As negociações pela saída de Zuma se arrastavam havia dias. No fim de semana, segundo relatos da mídia sulafricana, ele já havia concordado em deixar o cargo, mas impusera condições.
A resposta do CNA veio sob a forma de ultimato, e como o presidente se recusava a atendê-lo, o partido anunciou que apoiaria o voto de desconfiança pedido pela oposi- ção no Parlamento, o que na prática forçaria sua saída.
“Nenhuma vida deveria ser perdida em meu nome. E o CNA também não deveria ficar dividido”, discursou. “Devo aceitar que se meu partido e meus compatriotas desejam que eu seja removido, eles devem fazê-lo da forma prevista pela Constituição.”
O vice-presidente, Cyril Ramaphosa, deve deve tomar posse nesta sexta (16) e completar o mandato que termina no próximo ano. Os dois travavam uma queda de braço desde dezembro, quando Ramaphosa venceu a disputa para suceder Zuma no comando do CNA, partido que dirige a África do Sul desde o fim do apartheid, em 1994.
“A decisão dá ao povo da África do Sul certeza em um momento em que desafios sociais e econômicos ao país requerem uma resposta urgente e resoluta”, afirmou a vicesecretária-geral do CNA, Jessie Duarte. A economia do país, abalada pela perda de credibilidade e de investimentos, desacelera desde 2010, e DENÚNCIAS Ex-companheiro de prisão de Mandela (passou dez anos em Robben Island, até 1973), controverso, carismático e polígamo, Zuma, 75, é investigado por corrupção e foi absolvido, em 2006, de uma acusação de estupro.
Na época, afirmou publicamente em um país onde 12% da população era portadora do HIV que um banho evitaria o contágio do vírus.
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