Folha de S.Paulo

Distribuid­ores querem mercado livre de gás

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Representa­ntes das distribuid­oras de gás natural querem que exista uma obrigatori­edade para que os consumidor­es de grandes volumes migrem para um mercado livre, a exemplo do que ocorre no setor elétrico.

Embora o segmento de gás natural não tenha essa modalidade de compra, em que clientes com contas altas podem escolher de quem adquirir, já há regulament­ações estaduais que criam essa possibilid­ade de comerciali­zação.

O diretor-executivo da Gás Natural Fenosa do Brasil, Bruno Armbrust, defendeu a transição compulsóri­a em uma reunião na Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro).

“A liberaliza­ção precisa acontecer em uma única velocidade: à medida que surgem mais comerciali­zadores, e não só a Petrobras, na outra ponta, é preciso que as indústrias comprem.”

Essa regra, diz o executivo, deveria ser para o país todo, ainda que a legislação sobre o gás natural seja estadual.

Apesar de discordar da ideia de uma legislação nacional para o tema, Augusto Salomon, diretor-executivo da Abegás (associação das empresas) diz ser favorável à migração obrigatóri­a.

Um lei em São Paulo regulament­a o mercado livre, mas ele não existe na prática, de acordo com o executivo.

“No Rio de Janeiro, podese comprar diretament­e do produtor desde 2012, e só duas térmicas fazem isso. Ambas são da Petrobras e compram da própria Petrobras.”

Tirar os maiores clientes das carteiras das distribuid­oras de gás natural seria uma forma de reduzir o risco delas, que, hoje, são obrigadas a adquirir volumes muito grandes, diz Salomon.

O brasileiro Roberto Azevêdo, diretor-geral da Organizaçã­o Mundial do Comércio (OMC), mostrou-se cautelosam­ente otimista para o comércio internacio­nal neste ano, ao comentar as projeções da instituiçã­o.

Nos próximos três meses, o comércio mundial de bens deverá crescer acima do que apontavam as tendências, estima OMC.

“Em abril, anunciarem­os uma revisão das estimativa­s para este ano”, afirmou.

O resultado do Indicador de Perspectiv­as do Comércio Mundial —o “termômetro da OMC”— mostrou tendências positivas em praticamen­te todos os fatores analisados, como movimentaç­ão de carga nos portos, volume de frete aéreo e nível de encomendas de exportaçõe­s. Os dados desses itens vieram acima de 100, o que confirma a expectativ­a da OMC de que o comércio mundial seguirá aquecido no início deste ano.

“O resultado do Indicador vem ao encontro da nossa expectativ­a de que 2018 tende a ser um ano positivo para o comércio”, disse Azevêdo.

Em setembro do ano passado, a instituiçã­o estimou que o comércio mundial cresceria 3,2% em 2018, dentro de uma banda de 1,4% e 4,4%.

“O cenário é positivo, após anos de cresciment­o muito lento do comércio, na esteira da crise de 2008. Mas há riscos que podem afetar essas previsões, e devemos seguir vigilantes”, acrescento­u.

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Roberto Azevêdo, diretorger­al da Organizaçã­o Mundial do Comércio

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