Odebrecht pede R$ 3,5 bi; bancos ofertam R$ 1 bi
Com dificuldades para pagar suas dívidas neste ano, a Odebrecht S.A. negocia novo empréstimo com bancos. As instituições só estão dispostas a oferecer R$ 1 bilhão, conforme dois banqueiros envolvidos nas conversas, mas a empresa pressiona por até R$ 3,5 bilhões.
Os bancos querem evitar default da Odebrecht, mas não aceitam pagar toda a conta e insistem que a empresa também faça reestruturação completa das dívidas com detentores de bônus no exterior. A Odebrecht resiste à exigência.
Segundo fonte próxima à empresa, a intenção é pagar os bondholders para evitar fechar as portas no mercado externo, mas já começaram as sondagens com assessores financeiros porque pode acabar sendo necessário.
Os principais credores são Bradesco, Itaú, Banco do Brasil e Santander, mas também há estrangeiros.
A Odebrecht S.A. não divulga o valor das dívidas de curto prazo, mas há vencimentos próximos.
Em abril, a Odebrecht Engenharia e Construção, coração dos negócios do grupo, tem de pagar amortização de R$ 500 milhões de sua dívida. A Odebrecht argumenta que há espaço para mais endividamento devido à valorização das ações da Braskem. Os bancos argumentam que já injetaram muito dinheiro no grupo para salvá-lo após a prisão de Marcelo Odebrecht.
Em nota, a Odebrecht S.A. diz estar “em constante diálogo com bancos”.