Folha de S.Paulo

Odebrecht pede R$ 3,5 bi; bancos ofertam R$ 1 bi

- RAQUEL LANDIM

Com dificuldad­es para pagar suas dívidas neste ano, a Odebrecht S.A. negocia novo empréstimo com bancos. As instituiçõ­es só estão dispostas a oferecer R$ 1 bilhão, conforme dois banqueiros envolvidos nas conversas, mas a empresa pressiona por até R$ 3,5 bilhões.

Os bancos querem evitar default da Odebrecht, mas não aceitam pagar toda a conta e insistem que a empresa também faça reestrutur­ação completa das dívidas com detentores de bônus no exterior. A Odebrecht resiste à exigência.

Segundo fonte próxima à empresa, a intenção é pagar os bondholder­s para evitar fechar as portas no mercado externo, mas já começaram as sondagens com assessores financeiro­s porque pode acabar sendo necessário.

Os principais credores são Bradesco, Itaú, Banco do Brasil e Santander, mas também há estrangeir­os.

A Odebrecht S.A. não divulga o valor das dívidas de curto prazo, mas há vencimento­s próximos.

Em abril, a Odebrecht Engenharia e Construção, coração dos negócios do grupo, tem de pagar amortizaçã­o de R$ 500 milhões de sua dívida. A Odebrecht argumenta que há espaço para mais endividame­nto devido à valorizaçã­o das ações da Braskem. Os bancos argumentam que já injetaram muito dinheiro no grupo para salvá-lo após a prisão de Marcelo Odebrecht.

Em nota, a Odebrecht S.A. diz estar “em constante diálogo com bancos”.

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