Em 2005, o porcentual de exportações por via aérea chegou a 69%.
o Brasil poderá até elevar as exportações de mudas, mas é “altamente improvável” que isso ocorra com flores cortadas, como rosas.
O setor, que chegou a usar voos charters (fretados) para exportação, agora sente a concorrência de novos polos internacionais de produção. “O custo de exportar já não compensa”, diz o executivo.
No ano passado, 39% das receitas obtidas foram com exportação via aérea, quase a totalidade por São Paulo. INFRAESTRUTURA Nem o acesso à infraestrutura empolga. O polo produtor do Estado, Holambra, está a cerca de 70 km do aeroporto de Viracopos, em Campinas. Em 2013, a direção do aeroporto chegou a se reunir com a Prefeitura de Holambra para impulsionar a exportação das flores. A concessionária ainda pretende desenvolver uma parceria com a cidade para promover uma exposição no saguão de Viracopos durante a tradicional festa de Holambra.
Para Andrea Wagemaker, da Cooperflora, o setor de flores tem produto muito sensível e de vida curta, tornando difícil para o Brasil a competição com outros mercados. “O país deve se especializar na venda de produtos tropicais”, diz ele.
Pedro Netto, assessor de relações internacionais da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), lembra que as exportações brasileiras, crescentes até a crise financeira mundial, em 2008, se enfraqueceram, principalmente com as incertezas do câmbio.
Netto diz acreditar, porém, que o produtor voltará a olhar para o mercado internacional à medida que o setor se expandir e lembra que vai ter suporte para ir além das fronteiras. Pode contar, por exemplo, com o InterAgro, um projeto que visa apoiar as exportações, busca a captação dos produtores e a preparação deles para uma nova realidade.
“As exportações são importantes porque dão visibilidade à produção brasileira, elevam a qualidade do produto e aumentam a rentabilidade do produtor”, afirma. DESAFIOS Um retorno do Brasil com força ao mercado externo passa por vários desafios. Um dos principais é o clima desfavorável para o cultivo de espécies de clima temperado.
Além de mercados consolidados, como o da Holanda, o Brasil enfrenta concorrência com o desenvolvimento de novos polos como os de Colômbia, Equador, Quênia e Etiópia. Nesses países, o clima mais favorável reduz os custos de produção.
A Europa detém 43% da produção mundial de flores; a China, 15% e o Brasil na nona posição, 2%.
Outros desafios para o setor são o uso intenso de mão de obra, logística ruim e a necessidade de transferência de tecnologia. No caso dos produtores da região de Holambra, o preço da terra passa a ser mais um componente de custo para a produção.
Entre os principais fornecedores de flores para o Brasil estão Holanda e Colômbia. Já Estados Unidos e Itália estão entre os principais importadores do país.