41% da exploração de madeira em MT é ilegal
Conclusão é de estudo que mapeou a atividade no Estado com imagens de satélite e as comparou com autorizações
Trabalho da ONG Instituto Centro de Vida afirma que maior parte da derrubada ilegal ocorreu em área privada
quisador Vinícius Salgueiro afirma que esse diagnóstico tem sido apontado desde 2011 ao poder público e ao setor madeireiro de Mato Grosso por meio de relatório, mas sem avanços significativos.
O estudo revela uma guinada no governo Pedro Taques (PSDB) para o setor, que gera cerca de 90 mil postos de trabalho e alimenta 1.447 empresas (12,4% do total das indústrias mato-grossenses), segundo dados oficiais.
A análise revelou que 90% dos 396 autos de infração ocorreram em 2015, no primeiro ano do governo, na maioria por comércio ilegal de madeira. Nesse período, a Sema era chefiada pela promotora de Justiça Ana Luiza Peterlini.
No final de março de 2016, ela foi substituída pelo vicegovernador e agropecuarista Carlos Fávaro (PSD), ligado à Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja). Ele, por sua vez, nomeou a advogada Mauren Lazzaretti para o cargo de secretária-adjunta de Licenciamento Ambiental e Recursos Hídricos da Sema. Ambos deixaram a Sema em dezembro.
Lazzaretti fez carreira defendendo na Justiça acusados de crimes ambientais. Em 2005, foi presa pela Polícia Federal durante operação contra a exploração ilegal de madeira, mas foi solta após cinco dias e não foi denunciada.
A partir da mudança no comando, os autos de infração despencaram. Por outro lado, como aponta reportagem da
publicada no mês passado, a Sema, por meio da secretaria-adjunta de Licenciamento Ambiental, autorizou, em entre agosto de 2016 e julho de 2017, a extração de 7,1 milhões de m3 de árvores nativas, volume maior do que a soma dos demais oito Estados da Amazônia Legal no período.