Folha de S.Paulo

O primeiro passo de Neymar

- J UCA KFOURI COLUNAS DA SEMANA segunda: Juca Kfouri ePV C ,qu arta: Tostão ,qu inta: Juca Kfouri, sábado: Mariliz Pereira Jorge, domingo: Juca Kfouri ,PV C eT ostão

EM TEMPORADA de Copa do Mundo, a busca de protagonis­mo de Neymar para realizar seu objetivo de terminá-la como melhor jogador do planeta começou mais cedo do que desejável, porque veio com o embate precoce de duas das cinco maiores forças da Liga dos Campeões.

Enfrentar o Real Madrid, o Manchester City, o Bayern Munique ou o Barcelona era coisa para, no mínimo, as quartas de final.

Quis o sorteio definir para as oitavas, e no Santiago Bernabéu, que o primeiro enorme desafio do brasileiro fosse contra os donos da casa, atuais bicampeões mundiais.

Um Real Madrid açoitado pela desconfian­ça por causa de sua péssima campanha desde a vitória contra o Grêmio, eliminado da Copa do Rei da Espanha e em quarto lugar no Campeonato Espanhol.

Se o palco não era novidade para Neymar, o rival muito menos, enfrentado oito vezes por ele com a camisa havia marcado três gols nos poderosos merengues.

A diferença fundamenta­l estava na ausência de Lionel Messi a seu lado, embora tivesse, para o lugar de Luis Suárez, a companhia de outro uruguaio, Edinson Cavani.

A chance do protagonis­mo estava dada, diante do estádio lotado e sem nem uma vaga sequer na tribuna de imprensa, com 800 jornalista­s credenciad­os de mais de 200 veículos, além de 52 posições a tinha, infernizou a defesa merengue, embora individual­ista, duas vezes optando por chutar em vez de passar para companheir­os mais bem colocados, como Cavani e Mbappé.

Sem a bola, no 14º minuto, uma desnecessá­ria pegada por trás em Nacho valeu cartão amarelo.

Ele apanha muito mais que bate, mas precisa deixar a irritação em casa e, eventualme­nte, bater o empate em 1 a 1 prevalecia e era justo, gols de Rabiot e de Cristiano Ronaldo, de pênalti, infantilme­nte cometido por Lo Celso.

Neymar não brilhava nem decepciona­va e ainda tinha 45 minutos para protagoniz­ar.

Disposto mesmo a mostrar que é grande, o PSG iniciou o segundo tempo mais agressivo que o rival.

Neymar buscava ainda mais a bola ao sair da esquerda para o meio e, às vezes, até pela direita. Faltava encontrar o momento decisivo para passar ou marcar.

O gol francês não saía por detalhe e desperdiça­r chances contra quem tem Cristiano Ronaldo, Bale e companhia é um perigo. jogou uma partida exuberante e ainda fez o 3 a 1.

Marquinhos foi muito bem, Daniel Alves fez bom segundo tempo e Casemiro esteve em noite discreta.

O tropeço de Neymar tem conserto, desde que ganhe o jogo de volta, em Paris, no dia 6 de março. Você acredita? Eu não.

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