Folha de S.Paulo

Emprego na construção cai 5% e setor prevê piora

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O número de pessoas empregadas na construção civil caiu 5% em 2017, segundo o Sinduscon-SP (sindicato paulista do setor).

Foram 125 mil vagas a menos em relação a 2016, quando houve retração de 14%.

“Áreas que antecedem as obras e tinham melhorado, como preparo de terrenos, voltaram a cair no fim do ano”, diz José Romeu Ferraz Neto, presidente da entidade.

“Não temos uma projeção oficial para 2018, mas deveremos ter uma nova queda, com redução de 100 mil postos. Isso em um cenário sem a reforma da Previdênci­a, que libera verba para investimen­to.”

A tendência, em anos de eleição, é ter cresciment­o devido à aceleração de obras, mas não é possível afirmar que isso vai se concretiza­r, diz Carlos Prado, do Sinicesp (da construção pesada).

“Em São Paulo teremos contratos assinados com o governo e a prefeitura, mas no nível nacional há incerteza.”

O gasto elevado com despesas obrigatóri­as trará mais dificuldad­es, diz Venilton Tadini, da Abdib (da indústria de infraestru­tura).

“O orçamento do governo federal foi aprovado para este ano com o mesmo nível de investimen­to. O que sobra e poderá trazer algum dinamismo são concessões e PPPs em municípios.”

Além dos obstáculos orçamentár­ios, há outros entraves, como a restrição ao crédito para a compra de imóveis e a inseguranç­a jurídica em obras, afirma José Carlos Martins, presidente da Cbic (câmara da construção).

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