BC sinaliza fim do ciclo de redução da Selic
Ata do Comitê de Política Monetária indica temor com o efeito da retomada nos EUA
O BC (Banco Central) indicou que a piora no cenário internacional e a retomada mais consistente da atividade econômica no Brasil são fatores que contribuem para o fim do ciclo de queda da taxa básica de juros.
“A evolução da conjuntura em linha com o cenário básico do Copom [Comitê de Política Monetária], a recuperação mais consistente da economia e uma piora no cenário internacional favoreceriam a interrupção do processo de flexibilização”, relatou a ata do Copom divulgada nesta quinta-feira (15).
Na semana passada, o BC desacelerou o passo e cortou a Selic em 0,25 ponto percentual, à nova mínima recorde de 6,75% ao ano, e sinalizou o fim do ciclo de afrouxamento na taxa básica de juros por causa da melhor recuperação da atividade no país.
Pesou também o cenário externo. O temor é de que o banco central dos EUA poderá ser mais duro ao elevar a taxa de juros para enfrentar as pressões inflacionárias.
O movimento tornaria os títulos americanos mais interessantes para os investidores, atraindo recursos atualmente aplicados em outras praças financeiras pelo mundo, como a brasileira.
A decisão de suspender o ciclo de corte da Selic, porém, não foi unânime. Ponderouse que, se de um lado o Brasil tem capacidade para absorver eventual revés no cenário externo, de outro pode sofrer um impacto maior do que o esperado se houver frustração em sua agenda de reformas.
Na ata, o BC também repetiu que a porta não está totalmente fechada para nova redução da Selic. Um novo corte, porém, dependerá da evolução do cenário econômico.