PORTA FECHADA
A J&F decidiu fechar a mesa de operações e não mais transacionar diretamente com câmbio e ações.
Tudo será feito a partir de agora por meio de uma corretora. A empresa tomou a decisão para “reforçar suas políticas de cumprimento das regras do mercado mobiliário” e para que “não paire mais nenhuma suspeita” sobre suas operações.
Os irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da empresa, estão presos sob suspeita de usar informações privilegiadas para ganhar com a compra de ações e dólares. Eles negam as acusações.
E Joesley, que está detido em SP, tem deixado a cela com frequência para depor nos quase 40 inquéritos originados de sua delação premiada. Foram quatro depoimentos só nas primeiras semanas de fevereiro.
Nos depoimentos, o empresário faz questão de consignar que está falando como colaborador, e não como investigado. Algumas das autoridades policiais afirmam no fim que, se comprovada a eficácia do depoimento, recomendarão à Justiça que mantenha o acordo de colaboração premiada dele. A PGR (Procuradoria-Geral da República) pede a rescisão do acordo da J&F.
A movimentação de Luciano Huck para ser candidato causava desconforto na cúpula do Grupo Globo. Embora tivesse negado mais de uma vez, internamente, a pretensão de participar da campanha —inclusive em uma peça judicial enviada ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) —, o apresentador protagonizou nas últimas semanas movimentos erráticos, em outra direção.
A dubiedade já teria causado danos institucionais ao grupo, consideram alguns de seus integrantes. A emissora determina que candidatos não podem permanecer no ar. Questionados, Huck e a Globo não se manifestaram.