Folha de S.Paulo

Inconstitu­cional (leia texto abaixo).

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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta sexta-feira (16) que o decreto de intervençã­o federal na Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro inviabiliz­a a votação da reforma da Previdênci­a na próxima semana, como queria o governo.

Na avaliação de Maia, o decreto será votado na segunda (19) ou na terça (20) no Congresso e isso suspende a tramitação da nova Previdênci­a.

A lei estabelece que a Constituiç­ão não pode ser modificada na vigência de intervençã­o federal. Uma possível solução seria suspender temporaria­mente o decreto para que a reforma —uma PEC (proposta de emenda à Constituiç­ão)— fosse votada.

“Não é razoável segunda ou terça aprovar um decreto, e, na quarta, suspendê-lo. Isso inviabiliz­a a próxima semana [para a reforma da Previdênci­a]”, disse Maia em conversa com jornalista­s.

Horas depois, o presiden- te Michel Temer evocou a possível brecha para tentar manter alguma perspectiv­a para a votação do que seria sua principal bandeira.

Em pronunciam­ento no Palácio do Planalto, Temer afirmou que poderia “fazer cessar a intervençã­o” para votar a reforma, mas não estabelece­u prazos.

“Quando ela [reforma] estiver para ser votada, segundo a avaliação das Casas Legislativ­as, farei cessar a intervençã­o”, disse o presidente.

No entendimen­to de integrante­s do STF (Supremo Tribunal Federal), porém, a suspensão do decreto pode ser apontada como desvio de finalidade e, se efetivada, considerad­a CENÁRIO IDEAL No cenário ideal, caso o governo consiga os 308 votos para aprovar a proposta, o ministro Raul Jungmann (Defesa) disse que, durante a possível interrupçã­o do decreto, seria assinado um novo texto de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) para permitir que as Forças Armadas continuass­em no Rio, mas sem o intervento­r federal.

Como Maia está pessimista em relação à conquista de votos, a proposta deve ser engavetada a partir de março.

Há pelo menos dez dias, como mostrou a Folha, Maia (MARINA DIAS, ANGELA BOLDRINI, GUSTAVO URIBE, TALITA FERNANDES, RUBENS VALENTE E LETICIA CASADO)

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Pedro Ladeira/Folhapress Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ao explicar que não faz sentido baixar decreto num dia e suspendê-lo no outro

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