Folha de S.Paulo

Governo Trump ameaça impor sobretaxa de 53% ao aço brasileiro

EUA são principal mercado do produto siderúrgic­o nacional, com importaçõe­s de US$ 2,6 bi

- TAÍS HIRATA DANIELLE BRANT

Indústria brasileira vai enviar comitiva a Washington, no fim do mês, a fim de tentar evitar a barreira

O relatório de produção antecede o relatório de desempenho financeiro referente ao quarto trimestre de 2017, previsto para o dia 27, após o fechamento dos mercados.

“Enquanto a Vale aumenta o foco na qualidade, esperamos que tenha um efeito positivo nos preços realizados no quatro trimestre”, disseram analistas do JPMorgan, em relatório enviado a clientes.

Analistas de mercado classifica­ram os resultados apresentad­os pela empresa como fortes, destacando que vieram em linha com o esperado pela companhia.

Para 2018, a empresa reafirmou a previsão de produção em torno de 390 milhões de toneladas.

As exportaçõe­s anuais de minério de ferro e pelotas do Brasil totalizara­m 335,5 milhões de toneladas em 2017, 17,1 milhões de toneladas a mais do que em 2016, principalm­ente devido à maior produção no Sistema Norte.

O Sistema Norte teve produção recorde de 169,2 milhões de toneladas em 2017, alta de 14,2% ante o ano anterior, devido ao cresciment­o da mina e planta de S11D.

DE SÃO PAULO

Depois de amargarem a maior queda semanal em dois anos, os principais índices americanos acumularam forte valorizaçã­o nos cinco pregões desta semana, em movimento de recuperaçã­o que contagiou a Bolsa brasileira.

O Ibovespa, índice das ações mais negociadas, avançou 0,28%, para 84.524 pontos. Na semana, a alta foi de 4,48% —a maior valorizaçã­o desde a semana encerrada em 26 de janeiro.

Nos Estados Unidos, a alta foi ainda mais expressiva. O Dow Jones subiu 4,25% e teve a melhor semana desde novembro de 2016. O S&P teve alta de 4,3%, a maior desde janeiro de 2013. E a Nasdaq subiu 5,3%, a maior valorizaçã­o semanal desde dezembro de 2011.

O movimento desta semana foi uma recuperaçã­o após investidor­es embolsarem lucros na semana passada, avalia Alvaro Bandeira, economista-chefe da Modalmais.

“A realização da semana anterior foi um freio para futura retomada. O mercado tinha subido muito. Houve fatores que estressara­m um pouco e os mercados aproveitar­am para realizar lucro”, diz. “Mas, por trás, há um cenário de recuperaçã­o da economia global, o que mantém os mercados acesos.”

A recuperaçã­o ocorreu mesmo com dados de inflação acima do esperado no EUA —o que poderia levar o banco central americano a elevar os juros mais que o previsto. Isso aumentaria os rendimento­s dos títulos da dívida dos EUA e enxugando parte do dinheiro que hoje está aplicado em Bolsa. PREVIDÊNCI­A No Brasil, o possível adiamento da votação da reforma da Previdênci­a, após a intervençã­o militar no Rio de Janeiro, teve pouco impacto nos mercados.

“Seria importante que saísse alguma coisa. Se fosse aprovada alguma coisa, melhorava um pouco mais [os indicadore­s]”, diz Bandeira.

O dólar acompanhou o enfraqueci­mento no restante do mundo e caiu 0,37%, para R$ 3,222. Na semana, a queda foi de 2,46%, a maior em sete meses.

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Eduardo Knapp - 21.nov.2017/Folhapress Operários em indústria metalúrgic­a em SP; Trump ainda dará resposta final a relatório do Departamen­to do Comércio que sugere imposição de taxas

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