Cientistas estimulam a criatividade em estudo
Voluntários receberam estimulação no cérebro
Diante de um problema, o cérebro busca a solução testada e aprovada no passado. O problema é quando surgem novos problemas e as experiências passadas se tornam um obstáculo para que um novo desfecho seja produzido.
Para resolver esse impasse, cientistas da Universidade Queen Mary, de Londres, testaram o uso da estimulação transcraniana cerebral, que é indolor e não invasiva, para suprimir o córtex préfrontal, área do cérebro responsável por esse processo de indução de respostas.
O trabalho consistiu em testar a criatividade de 60 voluntários, que deveriam resolver problemas matemáticos de diferentes graus de dificuldade com palitos de fósforo, movendo só um deles, antes de receber a estimulação no cérebro (veja exemplos ao lado).
Depois eles foram divididos em três grupos: um recebeu uma estimulação placebo, o segundo recebeu estimulação catódica (positiva) e o terceiro recebeu estimulação anódica (negativa).
Resultado: a estimulação positiva fomentou a solução mais criativa, “fora da caixa”, mas ao custo de suprimir a chamada memória de trabalho —a que usamos para guardar por alguns instantes um número de telefone antes de discá-lo, por exemplo.
O trabalho foi publicado na revista “Scientific Reports” e coordenado pela neurocientista brasileira Caroline Di Bernardi Luft.
“Ao inibir a parte do cérebro responsável aplicação automática é possível desbloquear o que o resto do cérebro está dizendo. Isso já tinha sido observado em pacientes com lesão na área frontal ou que tiveram derrame”, disse.
A pesquisa pode aprimorar o tratamento de pacientes com declínio cognitivo.