A especialista afirmou que já se sabia, ainda na década de 1990, que opioides eram
A indústria farmacêutica e os médicos foram mais uma vez responsabilizados pela crise dos opioides nos EUA. Dessa vez, a bronca foi dada por Nora Volkow, dos NIH (Institutos Nacionais de de Saúde dos EUA). Há, contudo, alguns caminhos para resolver o problema, avalia a pesquisadora.
Segundo Volkow, diretora do Nida, braço dos NIH que trata do abuso de drogas, a indústria não investe o suficiente em novas drogas para combater a dor.
Ela diz que há mais interesse em novidades para o câncer e o diabetes, por exemplo.
“Talvez a indústria farmacêutica esteja ganhando bilhões de dólares vendendo opioides”, afirmou, nesta sexta (16), durante o encontro anual da AAAS (Associação Americana para o Avanço da Ciência), em Austin, Texas.
A especialista reconhece que há gargalos regulatórios que dificultam a aprovação de remédios para dor, mas diz que os NIH estão buscando formas de incentivar o desenvolvimento de drogas mais seguras e eficazes.
Entre as possibilidades estão medicamentos à base de maconha, novas medicações à base de opioides mas sem potencial viciante, remédios biológicos e até mesmo tratamentos não farmacológicos como estimulação neural e meditação —possíveis futuros campões de audiência, opina.
Outra frente de ação é iden- tificar quem é mais suscetível ao vício.
Mas não parece haver solução fácil para o complexo problema da crise dos opioides, que já mata mais gente por overdose do que o registrado em acidentes de carro, Aids ou violência por armas nos Estados Unidos.
Um dos alentos é que já há vacinas contra o vício sendo testadas e com resultados promissores em animais.
Na opinião de Volkow, um trabalho em conjunto dos sistemas judiciário e de saúde seria o ideal. Nessa linha de raciocínio, já foi mostrado que o tratamento da dependência em presidiários pode trazer benefícios.
No Reino Unido, iniciativas do tipo reduziram em 75% a mortalidade por overdose dos presos libertados e, no estado americano de Rhode Island, em 60%. HISTÓRICO