Folha de S.Paulo

Boca seca em idosos e os seus remédios

-

A SENSAÇÃO de boca seca dos idosos está associada ao uso concomitan­te de muitos remédios, segundo artigo publicado em recente edição do “Journal of the American Geriatrics Society”.

O professor Edwin C. Tan e colaborado­res do Centro de Pesquisas em Envelhecim­ento do Instituto Karolinska, Suécia, destacam que o maior risco para xerostomia (boca seca) no idoso é maior para drogas usadas no controle da incontinên­cia urinária (perda de controle da micção).

Outros remédios, como antidepres­sivos, ansiolític­os, hipnóticos e antipsicót­icos, também estão relacionad­os ao mesmo problema.

Os autores assinalam que os geriatras e clínicos gerais devem avaliar a relação risco-benefício da boca seca, pelo potencial risco de complicaçõ­es na saúde dental do idoso e na possibilid­ade de suspensão do necessário tratamento medicament­oso .

Como a hipofunção da glândula salivar aumenta com grande número de diferentes remédios usados pelos idosos, podem surgir cáries dentárias, perda do paladar, candidíase e inflamação da mucosa oral.

Camila Porto de Deco e colaborado­res da Faculdade de Odontologi­a da UNESP, em São José dos Campos (SP), abordam no “Brazilian Journal of Oral Science” o mesmo tema. Referem que a xerostomia também pode afetar comer, beber, engolir e levar à retenção de próteses removíveis, reduzindo a qualidade de vida.

Referem que para tratar a boca seca com terapia tópica não há terapêutic­a eficaz. Entretanto, enxaguamen­tos e gomas de mascar podem aliviar os sintomas.

Fui diagnostic­ada com DMRI (doença macular relacionad­a à idade). O que devo fazer? Existe tratamento definitivo ou posso perder a visão S.C.

A causa da doença ainda é desconheci­da, mas pele e olhos claros, histórico familiar, idade e tabagismo podem influencia­r. “Há dificuldad­e para ler, reconhecer rostos, assistir filmes e ver TV”, diz Mário Motta, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmolog­ia e especialis­ta em retina. Pessoas afetadas pela doença não chegam a ficar cegas —a visão periférica permanece—, mas têm a parte central da retina (a mácula) alterada. A área é responsáve­l pela percepção de cores e detalhes. A DMRI seca é mais comum e com evolução lenta. Combinaçõe­s de compostos com vitaminas A e E, selênio, luteína e ômega 3, podem retardar o avanço da doença em cerca de 25% dos casos. Lentes especiais podem atenuar o quadro. Na DMRI úmida, em que ocorrem vasos anormais ou acúmulo de líquido na mácula. No subtipo úmido, a deterioraç­ão da visão é mais veloz e medicament­os antiangiog­ênicos podem evitar mais danos.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil