Folha de S.Paulo

O corte de recursos [de quase 80% na contribuiç­ão que os EUA fazem para a agência da ONU que cuida dos refugiados palestinos] nos afeta duplamente, prejudica os palestinos que trabalham na agência e os que são atendidos por ela

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NESRI NA YOUB

diretora da escola no campo de refugiados de Ein el Hilweh

A situação em Ein el Hilweh, que já beirava o insustentá­vel, vai ficar pior. O presidente americano, Donald Trump, acaba de anunciar corte de quase 80% da contribuiç­ão que os EUA faziam para a UNRWA.

O país destinou US$ 350 milhões para a UNRWA em 2017, um terço do orçamento total da agência. Em 2018, reservou apenas US$ 60 milhões. Um dos motivos para o corte, segundo Trump, é a resistênci­a dos palestinos em negociar um acordo de paz com os israelense­s.

Os palestinos do Líbano, a maior parte deles, vieram em 1948, quando foram expulsos ou fugiram de seus vilarejos após a criação de Israel, ou são descendent­es desses primeiros refugiados. Apesar de estarem há quase 70 anos no Líbano, vivem até hoje como estrangeir­os e não podem ter nenhuma propriedad­e.

“A situação já era bastante difícil no Líbano e ficou ainda mais complicada com a chegada dos palestinos sírios”, diz Martin.

Como as opções de emprego são restritas, muitos palestinos trabalham para a UNRWA. “Eu também sou refugiada. Se me demitirem, não posso trabalhar em outro lugar”, diz Nesrin Ayoub, diretora da escola. “O corte de recursos nos afeta duplamente —prejudica os palestinos que trabalham na agência e os

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