Folha de S.Paulo

Não tem muita diferença trabalhar em um hospital de campanha em Mossul [Iraque] e aqui [campo de refugiados palestinos no Líbano]. Estamos sempre no meio de um confronto, ou com medo de um tiroteio prestes a acontecer

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AMER EL-SAMMAK

cirurgião ortopédico que trabalha em um dos hospitais de Ein el Hilweh

O CICV também apoia o Human Call Associatio­n Health Center, um dos únicos hospitais “independen­tes” dentro do campo, onde cada facção controla um hospital e restringe o atendiment­o.

O hospital está sobrecarre­gado por causa do aumento da violência. Foram 38 pacientes feridos por arma de fogo em 2012, e 169 em 2017.

Umdosgrand­esproblema­s é quando são atendidos feridos que pertencem a facções rivais, porque o hospital tem apenas uma grande sala de emergência. Os médicos convocam voluntário­s que ficam em pé e fazem um cordão de isolamento humano.

“Não tem muita diferença trabalhar em um hospital de campanhaem­Mossuleaqu­i”, diz o cirurgião Amer El-Sammak, que já trabalhou no Iraque e na Síria. “Estamos sempre no meio de um confronto, ou com medo de um tiroteio prestes a acontecer.”

Segundo Claudio Cordone, diretor da UNRWA no Líbano, 1,7 milhão de palestinos no Líbano, em Gaza, Cisjordâni­a, Jordânia e Síria dependem da ajuda da agência.

“Nunca houve uma crise financeira tão grave na UNRWA”, disse Cordone em entrevista por e-mail à Folha.

“Está em risco o acesso dos refugiados a atendiment­o médico, e o corte também afeta a segurança regional, em um momento em que o Oriente Médio enfrenta muitas ameaças, notadament­e a da radicaliza­ção.” População: 4,5 milhões (equivale à do AM) PIB: US$ 55 bi (Brasil é US$ 2,2 tri) PIB per capita*: US$ 20 mil (Brasil é US$ 15,9 mil) IDH: 0,763 (76º lugar; Brasil é 79º) Os refugiados palestinos no Líbano e no mundo

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