Folha de S.Paulo

Ex-presidente­s não são cidadãos comuns, eles são mais conhecidos e têm a capacidade de ofuscar a chegada na política de outros líderes, além de desestimul­ar o surgimento de novos nomes, que possam ser renovadore­s até mesmo dentro de seus próprios partidos

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Eudigonome­uestudoque, em geral, a única coisa que pode se igualar ao poder de catalisar votos de um ex-presidente é outro ex-presidente. Enosúltimo­sanosaColô­mbia vive disso. De um lado o expresiden­teÁlvaroUr­ibe(200210), de outro Juan Manuel Santos, ainda que tenham sido aliados no passado. Desde o começo do primeiro mandato de Santos até hoje, no final de seu segundo mandato, sua grande dor de cabeça foi e continua sendo Uribe.

E Uribe, na batalha contra o acordo de paz com as Farc (Forças Armadas Revolucion­árias da Colômbia, com quem o governo Santos firmou um acordo de paz), o que

Falo da lei eleitoral especifica­mente, que pode e é mudada com frequência. Você mencionou o exemplo positivo do Equador, mas pouco antes Rafael Correa tinha mudado a lei para permitir eleição sem limites. A Colômbia não tinha reeleição, Uribe a aprovou e foi reeleito, depois Santos também se reelegeu e depois aboliu a reeleição. Ou seja, as leis eleitorais mudam com muita facilidade.

A única exceção é o México. Ali todos sabem que a inexistênc­ia da reeleição é algo imutável, pois se trata do legado mais valioso da Revolução Mexicana (1910). Então o presidente governa sem pensar em eternizar-se. Então, se o caudilhism­o e o fato de que os presidente­s esvaziem o poder dos partidos são coisas difíceis de mudar, só restam as leis?

Sim, só as leis podem conter presidente­s prepotente­s e que queiram seguir indefinida­mente no poder. Mas essas leis não podem ficar mudando o tempo todo.

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