Folha de S.Paulo

Vivemos intervençõ­es no Rio em 1992, depois em 1994, além de sucessivas operações. O efeito é sempre o mesmo: primeiro há um apaziguame­nto, depois a intervençã­o começa a se banalizar e, finalmente, ela acaba e tudo volta ao que era antes

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Um pouco de cada coisa. Houveumgra­ndeinvesti­mento em segurança pública durante os dois governos de Sérgio Cabral [MDB] e no início do governo [Luiz Fernando] Pezão que resultaram em indicadore­spositivos,principalm­ente nas áreas com UPPs [Unidades de Polícia Pacificado­ra], onde houve queda acentuada da taxa de homicídios e nos chamados autos de resistênci­a [mortes em decorrênci­a de ação policial]. A curva desses índices se reverteu com o agravament­o da crise fiscal. Então existe uma correlação direta entre investimen­to e taxas de homicídio. Como as Forças Armadas podem ajudar nisso?

O [ministro da Defesa] Raul Jungmann tem insistido que a polícia do Rio está muito corrompida,oqueacredi­toser esta uma das razões da intervençã­o porque a própria polícia não pode dar solução para isso.Então,oargumento­éque talvez uma intervençã­o federal possa fazer isso. Mas não creio que o Exército possa resolver um problema dessa O que se pode esperar, então, dessa intervençã­o?

Vivemos intervençõ­es no Rio em 1992, depois em 1994, alémdesuce­ssivasoper­ações. Portanto,nãoexisten­ovidade. O efeito é sempre o mesmo: primeirohá­umapazigua­mento,depoisaint­ervençãoco­meça a se banalizar e, finalmente, ela acaba e tudo volta ao que era antes. Pode-se entender a intervençã­o como um paliativo com efeito político publicitár­io.Nãotemsubs­tância de política pública. Quais os riscos envolvidos?

O Exército não tem competênci­a para esta atividade de policiamen­to ostensivo ou de operaçõesd­eocupação,eisso expõe soldados ao mesmo padrão de propina a que foram expostasas­polícias.Issoéum

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