Folha de S.Paulo

UM GAJO EM HOLLYWOOD

Há 14 anos no Brasil, o ator Ricardo Pereira está de malas prontas para tentar consolidar sua carreira nos EUA

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Ricardo Pereira quer ir para Hollywood. Nascido em Portugal, o ator vive no Brasil há 14 anos. Aqui, fez 11 novelas na TV Globo e cinco filmes, mas afirma que chegou o momento de fazer as malas outras vez.

“Devia estar quieto e sossegado. Tenho três filhos. Mas tá na hora. Pros meus filhos vai ser bacana passar um tempo lá e eu vou poder me reciclar. Vou contratar dois ou três professore­s bons de atuação para trabalhar comigo e a gente começar do zero. O que pintar por ter um bom empresário, vou agarrar”, diz ele para a repórter Bruna Narcizo. O ator pretende se mudar para os Estados Unidos em 2019.

Foi graças ao diretor que ele conheceu o americano John Malkovich. “É um homem que admiro muito”, diz Pereira. O ator também trabalhou com os franceses Gérard Depardieu e Bérénice Bejo. “Aos 22 eu tava fazendo um filme com a Bérénice. E 15 anos depois ela tava sentada indicada ao Oscar de melhor atriz por ‘O Artista’”, diz.

O ator e a mulher, Francisca, que também é portuguesa, tiveram os três filhos no Brasil. “A maior parte da nossa história de amor foi feita aqui. O quesito trabalho me inibia de ter uma mulher dando à luz em Portugal. Queria viver esse momento com ela, perto dela e com tempo. Meus filhos nasceram aqui. Isso é algo especial e será sempre”, diz.

Ele diz que prefere não se envolver em política ou comentar sobre esse ou aquele candidato. “A política é muito volátil. Não tem tantas ideologias por trás, tem coisas maiores ou menores que a comandam”, diz. “A política seria melhor em qualquer parte do mundo se tivesse uma divisão de poder honesta. Ou seja, que não se decidisse apenas com o desejo da maioria.”

“[A política] Deveria ser uma junção de várias ideias e ideais que promovam o espírito coletivo e que toquem realmente, abordem, todas as hierarquia­s e classes sociais. Quando a gente bota um partido político no poder como maioria absoluta, ele pode impor determinad­as leis. Acho que deveríamos ter algo como parlamenta­rismo. Óbvio, não sou um especialis­ta em política, óbvio que isso terá coisas boas e ruins. Mas eu acho que seria pelo menos mais justo.” de um bom governo. “É reflexo de governo atrás de governo que não diga assim: ‘Tomei posse agora, tudo que estava para trás é errado’. Não é possível que um governo fique quatro ou oito anos em um lugar e não tenha feito nenhuma coisa certa. Alguma coisa fez. Pessoas que chegam no poder e esquecem tudo que os outros fizeram estão dando tiro no próprio pé. Vai impossibil­itar a qualidade de vida dos filhos e netos dele”, comenta.

O ator foi convidado pelo atual governo de seu país para participar de um conselho da diáspora, formado por portuguese­s bem-sucedidos em outras terras. “São 60 portuguese­s espalhados pelo mundo em vários meios —na economia, na cultura, na saúde— que são escolhidos pelo Presidente da República em questão para representa­r o país no mundo e trazer o mundo para Portugal”, diz.

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Fotos Ricardo Borges/Folhapress Ricardo Pereira no Palácio São Clemente, no Rio de Janeiro; o local, em Botafogo, é a residência oficial do cônsul-geral de Portugal
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Ele acorda às 6h30 para praticar crossfit. O exercício é para seu personagem, o vilão da novela das 19h
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