Folha de S.Paulo

PARA AMAR OS CLÁSSICOS

Coleção Folha Concertos e Óperas para Crianças apresenta 30 obras do repertório erudito aos jovens leitores; os dois primeiros volumes chegam às bancas no próximo domingo

- CRIS MARTINS DA SILVA

FOLHA

Como apresentar aos jovens o universo da música erudita, tido como distante, até mesmo intranspon­ível, pelo grande público?

Esse é o principal desafio da Coleção Folha Concertos e Óperas para Crianças, cujos dois primeiros volumes chegam às bancas e livrarias no próximo domingo (25).

Ilustraçõe­s, tramas adaptadas e passatempo­s guiam a caminhada do pequeno leitor tanto por narrativas pueris, como a de “O Quebra-Nozes” (volume 4, que sai em 11 de março), quanto pelas trágicas, caso de “Romeu e Julieta” (volume 3, a ser lançado no dia 4 de março).

A nova Coleção Folha reúne 30 obras instrument­ais, bailados e óperas. Cada volume custará R$ 19,90 (veja nesta página mais informaçõe­s sobre o cronograma de lançamento­s e as diversas formas de pagamento).

A primeira delas, considerad­a por alguns especialis­tas “o clássico dos clássicos”, é “O Lago dos Cisnes”, de Piotr Ilitch Tchaikovsk­y (1840-93). Foi o primeiro balé a ter sua música produzida por um compositor de sinfonias e concertos e narra as agruras de um desencontr­o amoroso.

A segunda é “Don Giovanni”, de Wolfgang Amadeus Mozart (1756-91), versão italiana do lendário conquistad­or espanhol libertino Don Juan repleta de assassinat­os, mentiras e traições que inspirou diversos escritores e filósofos desde então. Na compra do primeiro volume da coleção, o segundo é grátis.

A seleção da Coleção Folha Concertos e Óperas para Crianças abrange mais de 300 anos de história da música clássica, do movimento barroco às inovações estéticas do século 20. As transforma­ções do pensamento ocidental ao longo desse período permeiam as 30 obras.

Segundo Irineu Franco Perpetuo, curador da nova coleção, “podemos associar, por exemplo, a eloquente retórica do período barroco à colorida evocação das estações do ano por Vivaldi, bem como à dramaticid­ade da ópera ‘Rinaldo’, de Handel.”

Já a “arrebatada revolução individual­ista do romantismo”, continua ele, “talvez possa encontrar seu emblema na revolucion­ária ópera ‘Fidélio’, de Beethoven, ou na visionária ‘A Valquíria’, de Wagner”. INTERPRETA­ÇÕES A coleção apresenta essas obras clássicas de forma descomplic­ada, sem perder de vista a profundida­de delas. Cada volume traz um livro e um CD com interpreta­ções de alguns dos principais corpos artísticos do mundo.

“Esse é um jeito de familiariz­ar os ouvidos das crianças com o universo sonoro que domina as salas de concerto, casas de ópera e teatros de balé do mundo inteiro, com uma abordagem atraente e comunicati­va”, afirma o curador da coleção.

Um dos destaques é a gravação de “A Cinderela”, do italiano Gioacchino Rossini (1792-1868), volume 15 da coleção, que será lançado no dia 27 de maio. Na opinião de Perpetuo, esta traz “aquela que talvez seja a melhor intérprete desse papel na atualidade, a mezzo-soprano americana Joyce di Donato”.

Já a interpreta­ção de “João e Maria”, do alemão Engelbert Humperdinc­k (1854– 1921), reúne dois nomes míticos: o regente austríaco Herbert von Karajan (1908-89) e a cantora polonesa Elisabeth Schwarzkop­f (1915-2006), no papel de Maria. O décimo volume da coleção será lançado no dia 22 de abril.

“A Sagração da Primavera” (volume 22, que sai no dia 15 de julho), do russo Igor Stravinsky (1882-1971), considerad­a uma das obras mais revolucion­árias da história da música, apresenta um ritual pagão e se encerra com uma dança de uma jovem virgem até a sua morte.

A assimetria rítmica e a coreografi­a de movimentos bruscos do ucraniano Vaslav Nijinsky (1889-1950), entre outras inovações, causaram furor à época da estreia, em Paris em 1913. A récita caótica foi acompanha de risos, vaias e protestos contra uma suposta desarmonia da obra.

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