‘Manual da Redação’ da Folha chega à 5ª e mais ampla versão
Isso porque o “Manual” se destina não só ao público interno mas também ao externo, que dessa forma pode conhecer compromissos e objetivos do jornal. Assim, a carta de princípios e práticas é ferramenta para quem quiser acompanhar e criticar o trabalho da Redação.
Para Frias Filho, tornar esse documento público talvez seja “o aspecto mais relevante da tradição da Folha em matéria de manuais”.
E os leitores, de fato, têm mostrado interesse pelo “Manual da Redação”. A versão anterior, publicada pela primeira vez em 2001, vendeu quase 100 mil exemplares, um best-seller no mercado editorial brasileiro.
Esse apelo se explica tanto pela demanda por manuais que ensinem a aprimorar a escrita como por uma curiosidade sobre o funcionamento interno da imprensa e da mídia em geral.
Frias Filho diz ter a melhor expectativa possível em relação ao alcance e ao impacto da nova edição do “Manual”, seja porque se passou muito tempo desde a última revisão ampla, seja pelo grande número de novidades impostas pelo contexto histórico.
O jornalismo escrito enfrenta uma de suas crises periódicas decorrentes de mudanças no modo de produção. Nos anos 50 e 60, por exemplo, a televisão suscitou inúmeros desafios para a imprensa.
Hoje, como se sabe, as transformações são ainda mais intensas. A internet não só modifica a forma como um jornal pode ser produzido como também multiplica as possibilidades da comunicação.
Se o novo “Manual” demorou a ser produzido, pois a empreitada demanda investimentos, ele chega num momento crítico para o jornalismo.