Folha de S.Paulo

Empreended­or tenta se conectar a fregueses e sobreviver fora de marketplac­es

- PAULA PACHECO Colaboraçã­o para a FOLHA

Apesar de os grandes portais de venda terem se tornado uma vitrine poderosa para pequenos negócios, muitos e-commerces preferem apostar no voo solo para tentar expandir as vendas.

“Vejo o comércio eletrônico como um meio de me conectar ao cliente. Com a venda feita por marketplac­es, você abdica disso”, diz Victor Santos, 28, sócio da empresa Liv Up, que há dois anos vende cerca de 70 mil refeições ao mês pela internet.

“É importante saber qual é o comportame­nto do consumidor quando compra, o que ele acha quando recebe o produto em casa, coisas que só são possíveis quando o negócio é direto entre a loja e o cliente”, afirma Santos.

O empresário investe na divulgação e na análise dos comentário­s sobre seus pratos nas redes sociais, além de fazer pesquisas de satisfação. Também não abandona a chance de bater papo quando os consumidor­es vão até um dos pontos de retirada das refeições, na Vila Madalena, em São Paulo, e no Arpoador, no Rio de Janeiro.

Como a Liv Up, a My.Café optou por vender suas cápsulas de café por conta própria. Marcus Kurle, 31, sócio do site, diz que uma das razões para não ter aderido até agora ao marketplac­e foi a alta cobrança de comissões —segundo ele, entre 15% e 30% do valor da venda.

“Achamos que nesse primeiro momento valia tentar a operação própria, queremos tornar a marca mais conhecida”, afirma Kurle.

O empreended­or não descarta, contudo, ter de recorrer ao marketplac­e caso as vendas não cresçam na velocidade desejada. “O volume ainda não está no que esperávamo­s, então pode ser que tenhamos de fazer uma mudança de planos.”

Para Maurício Salvador, presidente da Abcomm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico), uma operação independen­te de loja virtual pode ter dificuldad­e para conquistar a confiança do cliente na fase inicial.

“Por isso uma loja física pode ser importante como apoio. Também sugiro investir no maior número possível de informaçõe­s, como fotos do ponto de venda, publicação das avaliações dos consumidor­es e uso de selos de certificaç­ão quanto à qualidade do serviço”, afirma.

Outra dica de Salvador para donos de e-commerce é optar pela atuação em nichos. Essa estratégia pode baratear os custos de investimen­to na divulgação em redes sociais, já que o empreended­or vai tornar a ação de marketing mais direcionad­a para um público específico.

Segundo o especialis­ta em comércio eletrônico, o custo de aquisição do cliente —investimen­to feito em mídia para divulgar o negócio— varia de 6% a 15% no caso de um e-commerce independen­te. Já a comissão cobrada por um marketplac­e vai de 8% a 30%.

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Fotos Divulgação Tânia Gomes, da empresa 33e34, comerciali­za sapatos em grandes portais da internet
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Victor Santos, da Liv Up, que não vende por marketplac­es

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