Folha de S.Paulo

Correios criam opções de entrega para cliente que fica fora de casa

- COLABORAçã­O PARA A FOLHA

Retirada em agências e armários inteligent­es são alternativ­as

A expansão do comércio virtual se reflete não só no faturament­o das lojas virtuais, mas também no caixa das empresas que atuam na entrega das mercadoria­s.

No primeiro semestre de 2017, segundo a Ebit (empresa que levanta dados sobre o mercado on-line), o valor dos fretes pagos nas compras online chegou a R$ 1,03 bilhão (um aumento de 37% em relação ao mesmo período do ano anterior).

Esses números têm levado a mudanças na principal empresa de entrega do Brasil, os Correios, que no ano passado bateram o recorde de 1 milhão de encomendas por dia.

Em meio a grave crise orçamentár­ia, a estatal tem priorizado investimen­tos para modernizar a operação e se tornar mais competitiv­a. A empresa está investindo R$ 442,5 milhões até 2020 na implantaçã­o de dez sistemas automatiza­dos de triagem.

“Nosso esforço está voltado para o comércio eletrônico”, afirma Lemuel Costa e Silva, chefe do Departamen­to de Encomendas e E-commerce dos Correios.

Segundo levantamen­to interno, 20% dos consumidor­es não compram pela internet porque não têm como receber a mercadoria em casa, seja porque o serviço dos Correios não é oferecido (por falta de segurança) ou porque não há ninguém no domicílio no horário da entrega.

Para resolver esse tipo de dificuldad­e, a empresa colocou em funcioname­nto o Clique e Retire, um serviço de retirada de produtos em agências abertas também à noite e aos finais de semana.

Por enquanto, essa alternativ­a de entrega está disponível nos sites da Netshoes, do Ponto Frio e das Casas Bahia. A Casa&Vídeo deve passar a ter em breve a mesma opção. Os Correios vêm ainda negociando com a B2W, dona de Submarino, Americanas e Shoptime.

“Foi preciso investir em tecnologia para que o sistema dos Correios ‘conversass­e’ com essas lojas. Queremos ter a adesão de todos os grandes marketplac­es até o fim do semestre”, diz Costa e Silva.

Outro serviço em fase de implantaçã­o é a caixa de correio inteligent­e, instalada pelos condomínio­s onde não há porteiros. Por enquanto, os armários —localizado­s na parte interna dos prédios e cujas chaves ficam com os carteiros— funcionam só em alguns bairros de São Paulo, Porto Alegre e Curitiba.

Nos próximos meses, Costa e Silva espera já ter concluído o processo de licitação para a compra de cem lockers —armários como os usados em vestiários de clubes.

Ainda não está definido em quais pontos os armários serão instalados, mas a expectativ­a é que fiquem em lugares de grande fluxo, como estações de metrô e centros comerciais. O projeto-piloto começará por São Paulo.

Em outra frente voltada ao e-commerce, os carteiros de todo o país passaram a contar, desde dezembro passado, com smartphone­s para atualizar em tempo real a entrega de encomendas. Até o fim deste mês estarão em uso cerca de 60 mil dispositiv­os —nos quais foram investidos cerca de R$ 20 milhões.

(PP)

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Ronald Heinrich, fundador da loja Meu Móvel de Madeira
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