Folha de S.Paulo

Proteção de dados vira negócio lucrativo no ambiente digital

- COLABORAÇíO PARA A FOLHA

Sistemas antifraude ajudam a evitar falhas de segurança que podem causar danos à imagem de empresas e prejuízos financeiro­s

Antes restritas às grandes corporaçõe­s, soluções em segurança da informação já estão ao alcance de empresas de menor porte.

Uma falha nesse setor pode permitir um ataque com prejuízos financeiro­s e danos à imagem do negócio. Segundo a ClearSale, que atua com sistemas antifraude, o impacto de golpes no comércio eletrônico equivale, em média, a 4,4% das vendas.

De acordo com Leonardo Moreira, 34, diretor de tecnologia da Proof, empresa com sede no Rio de Janeiro especializ­ada em segurança da informação, o momento de investir na área é quando a ideia do negócio já foi validada e a operação já está ganhando relevância.

Mais do que apenas gastar dinheiro com ferramenta­s antifraude, Moreira considera que o principal é a conscienti­zação do empresário sobre a segurança no meio digital.

“O elo mais fraco é o funcionári­o da empresa, mas as iniciativa­s nunca são pensadas para ele, são pensadas para o técnico. Por isso, temos uma equipe de comunicaçã­o que elabora materiais para atender necessidad­es específica­s daquele usuário.”

Por uma mensalidad­e a partir de R$ 2.000, a Proof monitora e oferece soluções que podem evitar golpes.

Para Fabio Silva, 36, dono da Hands-On, empresa de criação e gerenciame­nto de plataforma­s na internet, a importânci­a de investir na área não está clara nem para as grandes nem para as pequenas empresas, que costumam pensar no assunto depois de enfrentar algum problema.

“Temos um cliente que viu seu site ficar fora do ar na véspera do anúncio de um grande acordo que repercutiu no mercado”, conta Silva.

Criada há cinco anos, a Hands-On oferece uma ferramenta que “varre” o site do cliente, detecta ameaças, aponta os possíveis impactos e indica uma solução. O preço do serviço parte de R$ 499, o que dá direito ao escaneamen­to e mais cinco horas de trabalho para correções.

A empresa faturou cerca de R$ 4,5 milhões em 2017, um aumento de 180% em relação ao ano anterior.

Para quem está começando no comércio eletrônico, o dono da Hands-On indica a utilização de plataforma­s prontas, como a Vtex ou a B Seller, que disponibil­izam um pacote completo, incluindo as soluções de segurança.

“Além de oferecer toda a integração entre plataforma, meio de pagamento, cadastro e layout para a loja virtual, essas empresas geralmente possuem uma infraestru­tura sólida, ficam armazenada­s no ambiente virtual e cuidam de toda a gestão de risco”, afirma Silva.

O preço para utilização desses serviços de segurança varia. A Vtex, por exemplo, cobra uma taxa de 2,5% do faturament­o das empresas com volumes menores de transações comerciais (a partir de R$ 20 mil por ano).

(AM)

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Bruno Santos/Folhapress Fabio Silva, 36, fundador da Hands-On, na sede da companhia, que fica no bairro Vila Maria, na zona norte de São Paulo

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