NOTÍCIAS FALSAS Preparar as crianças contra as ‘fake news’
Se perdermos a nova geração para o fenômeno das “fake news”, que líderes formaremos e o que eles farão pelo país daqui a 20 anos?
A propagação de notícias falsas já mostrou seu poder de influenciar eleições e dividir sociedades, potencializando preconceitos e ódios. Que efeito terá em crianças e jovens que não receberam uma formação para a leitura de notícias?
Sem entender o que se passa ao redor, as crianças não se sentem parte da sociedade. Elas ouvem, principalmente pela televisão, e leem na internet o que está circulando no momento. Percebem quando algo de grave ocorre, até porque podem viver em casa o problema estampado nas manchetes dos jornais, como o desemprego dos pais.
Já ouviram falar de “fake news”, mas não sabem em quem confiar nem como identificar a credibilidade de uma informação.
As marcas de grandes veículos de comunicação não significam muito quando as crianças são questionadas a distinguir notícias falsas das reais. Os fatos que parecem absurdos, principalmente os vindos do universo da política, não as chocam. Diferenciar informação de opinião é difícil para elas.
Como muitos adultos também se mostram incapazes de detectar uma notícia falsa, as crianças acabam muitas vezes sem orientação. Ficam à margem do debate.
Encontra-se aí um grave problema: se elas não tiverem formação para ler notícias e não exercitarem o senso crítico para se protegerem de informações mentirosas, iremos perder uma geração inteira que poderia (e deveria) promover as mudanças que tanto queremos.
As crianças são curiosas por natureza e querem se informar. Além disso, têm o direito de acesso às mídias e de participação no debate público assegurado pela Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança, aprovada pela AssembleiaGeral da ONU em 1989 e assinada pelo Brasil em 1990.
Há mais de uma década edito periódicos destinados ao público infantojuvenil. Um deles é o jornal “Joca”, que trata, quinzenalmente, dos principais assuntos da mídia em uma linguagem adequada aos jovens e às crianças.
A experiência mostra que, tendo acesso a notícias adequadas aos seus repertórios e contextualizadas, sentem-se parte da sociedade e tornam-se mais autônomas.
Em várias ocasiões, impressioneime com o protagonismo dos leitores mirins. Crianças de uma região carente do interior de São Paulo, que leram os textos sobre a crise dos refugiados sírios no “Joca”, organizaram um brechó com suas próprias roupas e entregaram o dinheiro a algumas famílias de refugiados que estão no Brasil.
Outras mobilizaram-se para organizar uma olimpíada, após terem lido sobre o problema da obesidade infantil no Brasil. Algumas explicaram o impeachment aos seus pais. Alunas também doaram seus cabelos para campanhas de crianças com câncer.
O problema das “fake news” é mais grave do que se imagina. Caso não seja combatido desde a base, teremos crianças e jovens deixando de ler ou descrentes até de veículos com credibilidade.
Isso os deixará paralisados, sem saber como agir e vulneráveis a toda espécie de manipulação.
Jovens e crianças bem informados entendem o que se passa ao redor, formam as próprias opiniões e se tornam cidadãos críticos e ativos. Lutam por seus direitos, cumprem seus deveres e têm as ferramentas necessárias para construir um futuro melhor para o nosso país.
Não há maneira de controlar o que nossos filhos leem ou veem o tempo todo, mas podemos incluílos no debate, compartilhar e discutir notícias com eles, ensinandoos a buscar fontes confiáveis e a exercitarem o senso crítico.
Se perdermos essa geração para as “fake news”, que líderes teremos e o que eles farão pelo Brasil daqui a 20 anos? STÉPHANIE HABRICH
Partícipe e conivente com tudo de errado que foi feito ao longo dos anos no Rio, Luiz Fernando Pezão mostrou-se despreparado para administrar um dos principais Estados da federação. Embora Pezão continue a constar da folha de pagamento estadual, ele é somente um custo a mais para o contribuinte.
LUIZ THADEU NUNES E SILVA
Uma excelente opção às medidas extremas tomadas para resolver o problema da criminalidade nos Estados seria se o governo federal completasse o efetivo da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal, que têm um deficit, juntas, de cerca de 10 mil servidores. Com mais policiais trabalhando, aumentariam os serviços de inteligência transnacional e a fiscalização nas rodovias federais, que interceptam grande parte das drogas e armas que entram no país.
ALESSANDRO MAURO THOMAZ,
A charge de Jean Galvão na pág. A2 (“Opinião”, 18/2)) sintetizou de forma corajosa e mostrou a origem de toda espécie de violência que assola o Rio. Parabéns ao cartunista e à Folha.
LUIZ ANTONIO BERNARDES DA SILVA BENEDICTO DUTRA
Gêmeas do Ceará Lendo a notícia “Cirurgia para separar gêmeas unidas pela cabeça tem sucesso” (“Cotidiano”, 18/2), senti uma alegria e um orgulho muito grandes. Parabéns aos pais e aos excelentes profissionais! MARILENE GARCIA OLIVI DE OLIVEIRA Fiscalização Entende-se, diante da reportagem “MEC não fiscaliza bolsas de estudo que dão isenção fiscal, diz auditoria” (“Cotidiano”, 15/2), que tudo é uma grande farsa para enriquecer empresários do ensino. Em um país como o nosso, é criminoso querer privatizar a educação pública. Necessário é investir em sua qualidade, em vez de inventar saídas para fingir que se resolvem os problemas com esses mecanismos espúrios.
STELLA PELLEGRINI
Manual da Redação Inquestionável a contribuição que o “Manual da Redação” proporciona ao jornalismo. Contudo, no espaço destinado a explanar a opinião da Folha sobre temas polêmicos, ficou ausente a questão relacionada ao respeito e ao direito das pessoas com necessidades especiais. Apesar de políticas públicas defenderem a inclusão delas em escolas e no mercado de trabalho, existe o preconceito arraigado na cultura brasileira de que não possuem potencial como todo cidadão (“‘Manual da Redação’ da Folha chega à 5ª e mais ampla versão”, 18/2).
CASSIA REGINA WIRGUES MARTINS,