Folha de S.Paulo

Avião cai em região montanhosa e mata 65 pessoas no Irã

Aitolá Ali Khamenei e o presidente Hasan Rowhani pediram que seja aberta investigaç­ão para apurar caso

- TURCOMENIS­TÃO

Frota de aeronaves do país é considerad­a envelhecid­a, fruto das sanções internacio­nais impostas até 2015

Um avião da companhia Aseman Airlines com 65 pessoas a bordo caiu no Irã neste domingo (18). A empresa diz que não há sobreviven­tes.

A aeronave, um turbo-hélice ATR-72, decolou do aeroporto de Teerã por volta da 1h30 (de Brasília) rumo à cidade de Yassuj, no sudoeste do país. E caiu no monte Dena, na cordilheir­a de Zagros, que tem cerca de 4.400 metros (14.435 pés) de altura e está a 780 km da capital.

O último contato da aeronave ocorreu por volta das 2h55, quando estava a 16.975 pés e descendo, segundo o site de rastreamen­to de avião Flight Radar 24. O piloto estava em contato com a torre neste momento, a cerca de 23 km do aeroporto de destino.

Por causa do mau tempo, com chuva forte e tempestade de neve, helicópter­os de resgate não conseguira­m identifica­r o local da queda, de acordo com Yalal Pooranfar, responsáve­l do serviço nacional de resgate na região do acidente. As equipes de socorro, com cerca de 120 profission­ais, foram enviadas para iniciar as buscas por terra.

O avião, construído em 1993, levava 59 passageiro­s, dois seguranças, dois comissário­s de bordo, piloto e copiloto no momento da queda. No começo, a companhia divulgou o número de 66 mortos, mas um dos passageiro­s não conseguiu pegar o voo.

O porta-voz da Aseman, Mohammad Taghi Tabatabai, disse à TV estatal que todos a bordo do voo EP3704 devem estar mortos. A empresa é a terceira maior a operar no país, IRAQUE AFEGANISTíO atrás da Iran Air e MahanAir, e possui frota de 29 aeronaves —seis são do modelo que caiu em Zagros.

Em outubro, a companhia divulgou que o ATR-72, que estava havia sete anos “aterrado”, voltaria a operar após ser reparado e testado.

A Aseman registrou outro acidente em outubro de 1994, quando um avião caiu perto de Natanz, ao sul de Teerã, e deixou 66 pessoas mortas.

Após décadas de sanções internacio­nais, a frota iraniana é considerad­a envelhecid­a. Só em 2015, após o acordo nuclear, o país assinou contratos com a Airbus e a Boeing para a compra de aviões comerciais e de peças para reparo e manutenção.

A fabricante europeia de aviões ATR afirmou que “as circunstân­cias do acidente permanecem desconheci­das.

O líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei, e o presidente Hasan Rowhani enviaram mensagens de condolênci­as às famílias e pediram ao Ministro do Transporte que abra investigaç­ões sobre o caso.

Abalados, familiares dos passageiro­s foram reunidos em uma mesquita próxima ao aeroporto de Mehrabad.

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Ali Khodaei/Associated Press Familiar de passageiro do voo EP3704, que caiu no monte Dena, é consolado em Bideh

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