Só entregam envelopes. Se for uma caixinha, independente do valor do produto, eles não levam, porque é área de risco. Além do frete, tenho que pagar R$ 20 de táxi para ireoutros R$ 20 para voltar
O Rio de Janeiro passa por uma crise política e econômica, com graves reflexos na segurança pública. Desde junho de 2016, o Estado está em situação de calamidade pública. Não há recursos para pagar servidores e para contratar PMs aprovados em concurso. Policiais trabalham com armamento obsoleto e sem gasolina nos veículos. Faltam equipamentos como coletes e munição.
“Vamos ter esperança [sobre a intervenção federal]. Mas, infelizmente, vivemos apenas de promessas que nunca se concretizam”, disse a mulher de Alex, a dona de casa Daniele Lima, 36, em referência a outras ações com participação das Forças Armadas —os militares estão no Estado desde setembro passado, mas as ações dos criminosos não cessaram desde então.
O plano de intervenção federal deve ser implantado a partir desta semana, logo após a ação passar pelas aprovações da Câmara e do Senado. Os detalhes ainda não estão fechados, mas sabe-se que os militares trabalharão em conjunto com as polícias, já que, pela Constituição, as Forças Armadas não têm poder de polícia. Os 45 mil homens da PM e outros 10 mil da Polícia Civil serão o principal instrumento de trabalho do general do Exército Walter Souza Braga Netto, interventor federal no Estado. JUSTIÇA Morador de Anchieta, José dos Santos Trindade, 57, disse mover uma ação na Justiça para ter, pelo menos, os valores dos fretes devolvidos. Disse que faz uma série de compras pela internet e não tem descontos mesmo tendo que buscá-los na agência. “As cobranças chegam fácil, os Correios entregam, mas os produtos não chegam nunca”, diz.
Já o bombeiro civil Diego Siqueira Maia, 32, também morador de Anchieta, chegou a usar o endereço da mãe, que mora em Del Castilho (também na zona norte).
Recentemente, segundo ele, as entregas de lá também foram suspensas —a única alternativa é se deslocar até a agência. “Você compra pela internet para receber em casa, mas eles não entregam. Paguei R$ 25 de frete por um produto de R$ 89 e tive que buscar”, disse.
“Não são só os Correios que não estão entregando”, diz a dona de casa Silvia Machado de Oliveira, 60, moradora de Ricardo de Albuquerque. “Ninguém mais entrega por aqui. Com razão. Até o caminhão de telhas, que comprei em São Paulo, roubaram.”
Do outro lado do balcão, funcionários dos Correios contaram à Folha que a situação da região se agravou nos últimos dois anos. Agora, segundo eles, não há entrega em praticamente nenhum endereço daquela região.
Segundo eles, que pediram para não ter seus nomes divulgados, quando um veículo dos Correios trafega por esses bairros é praticamente Total: certo que será abordado por criminosos. Bandidos fazem o carteiro abrir o compartimento de motos com baú para verificar se não há produto de valor.
Quando há um roubo de furgões dos Correios, ainda segundo eles, os carteiros ficam como reféns até que a carga seja descarregada.
De acordo com dados divulgados pelo governo do Rio, o roubo de carga cresceu mais de 300% no Estado de 2010 a 2017. Eles passaram de 2.619 registros naquele ano para 10.599 registros no ano passado. É nesse tipo de crime que são contabilizados os ataques contra os carros com produtos dos Correios.
Os funcionários também contaram que a suspensão de entrega nos pontos de maior incidência de crime não acabou com a tensão no trabalho. No mês passado, segundo eles, bandidos armados entraram na agência de distribuição de Ricardo de Albuquerque, renderam funcionários e levaram todos os produtos que quiseram.
ALEX CAMARGO LIMA, 38
Analista de sistemas e morador de Dedoro, na zona oeste do Rio dos CEPs analisados têm restrições Ricardo de Albuquerque Jardim Sulacap Costa Barros Honório Gurgel Colégio
Os carteiros contam ainda que, a pedido dos próprios clientes, foram disponibilizadas lixeiras para descarte das embalagens ainda no interior da agência. O objetivo dos moradores é ampliar a discrição para evitar assaltos no trajeto entre a agência e a parada de ônibus. PNEU CARECA Até chegar à região de Ricardo de Albuquerque, em mais de 40 km percorridos pa partir de Botafogo, na zona sul, a reportagem cruzou com carros da PM nas vias ou estacionados pelas calçadas. Um deles, um Volkswagen Voyage parado próximo à comunidade Nova Holanda, chamava a atenção pelo seu precário estado de conservação.
Segundo os PMs responsáveis por ele, o veículo tem mais de cinco anos de uso e sua quilometragem total é desconhecida. O carro, dizem eles, até anda, mas por conta e risco do condutor, já que os pneus estão carecas e o parachoque dianteiro pode desabar a qualquer momento. A dupla de soldados disse ainda que aquela situação já foi até pior, quando os carros que nem sequer ligavam o motor serviam de “base” policial.
Em poucos minutos, esses dois policiais enumeraram uma série de problemas para a execução do trabalho. O primeiro era o cansaço de cinco dias trabalhados, em seis dias, com mais de 70 horas de plantão.
Eles disseram desconhecer os detalhes de como será a intervenção, já que nenhum oficial do comando fez qualquer explanação. Ao se despedir, um dos soldados fez uma recomendação à reportagem: “Valeu, meu irmão. Tome cuidado com o Rio, hein?” Engenheiro Leal Cavalcanti Vila da Penha Vila Kosmos Jacarezinho a o o ao a t a ta a o olta o ! lo a Vila Kosmos a Vila da Penha Vista Alegre Jardim Sulacap Vicente de Carvalho Acari a o o t a Anchieta Cavalcanti Colégio Costa Barros a o o t "# ao Acari Anchieta Cavalcanti Colégio Costa Barros Engenheiro Leal Honório Gurgel Jacarezinho Nossa Senhora das Graças Parque Anchieta Parque Colúmbia Ricardo de Albuquerque Vila Kosmos a