Montanha de lixo desmorona e mata 17 em Moçambique
DE BRASÍLIA
O alto comissário das Nações Unidas para refugiados, Filippo Grandi, disse nesta segunda (19) que a organização irá buscar apoio internacional para ajudar o Brasil após a entrada de milhares de refugiados venezuelanos.
A declaração ocorreu após reunião com o presidente Michel Temer e em meio a um evento, em Brasília, com representantes de países da América Latina e Caribe para discutir soluções para a crise dos refugiados.
Segundo Grandi, o Brasil tem um “papel primordial” na coordenação de respostas às necessidades dos venezuelanos que chegam ao país, em uma tentativa de fugir da crise que assola o país vizinho. A maioria está atualmente em Boa Vista (RR).
“Falei com o presidente Temer sobre essa resposta, à qual o Acnur dá apoio irrestrito tanto em termos de assistência humanitária quanto em soluções de longo prazo no programa de interiorização”, afirmou, citando a iniciativa do governo federal de enviar venezuelanos a outros Estados brasileiros.
“E me comprometi pessoalmente com o presidente a buscar apoio com a comunidade internacional para ajudar o Brasil nesta resposta.”
Grandi, no entanto, não deu detalhes de como poderia ser esse apoio. Segundo o Acnur, isso poderia ocorrer tanto por meio de auxílio financeiro às ações quanto pela via de novas soluções para acolhida dos refugiados.
Ao todo, a estimativa é que 24 mil venezuelanos já tenham solicitado refúgio no Brasil, disse Grandi. “Evidentemente esse número não representa o total [de venezuelanos no país]”, afirma. Hoje, a estimativa do governo é que ao menos 40 mil venezuelanos já tenham vindo desde o final de 2016.
Grandi também elogiou o trabalho do Brasil na concessão de vistos humanitários para refugiados sírios e disse que o Acnur pretende estudar melhor o processo de como reassentá-los no país.
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Pelo menos 17 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas após o deslizamento de uma montanha de lixo de dez metros de altura em Maputo, capital de Moçambique, nesta segunda-feira (19).
O desmoronamento aconteceu por volta das 4h locais (23h de domingo em Brasília) após intensas chuvas e soterrou sete casas no bairro pobre de Hulene. As construções haviam sido feitas de forma irregular, e o governo já havia pedido que os moradores deixassem o local.
“O monte de lixo colapsou sobre as casas e muitas famílias anda estavam dentro”, disse Fatima Belchoir, funcionária do serviço de defesa nacional. “As autoridades estão tentando ajudar as pesso- as que perderam suas casas.”
“Foram recuperados 17 corpos. Tememos que mais possam estar desaparecidos. Vamos continuar buscando sob a pilha de lixo”, afirmou Despedida Rita, conselheira do distrito de Ka Mavota.
“A informação que recebemos das autoridades locais é que o número de pessoas vivendo naquelas casas excede o número de mortes registradas”, afirmou Leonilde Pelembe, porta-voz do serviço de emergência.
O depósito de lixo de Hulene é a maior do tipo em Maputo. Moradores escavam o lixo em busca de comida e de itens para vender.
Autoridades de saúde alertavam para o impacto de gases tóxicos, moscas e outros perigos do depósito para a comunidade, e o fechamento do local vinha sendo discutido. Um novo aterro sanitário está sendo construído.
“Moro aqui porque não tenho para onde ir. Se o governo tivesse me dito para ir viver em outro lugar, eu teria saído”, afirmou à BBC Maria Huo, cujo filho ficou ferido no deslizamento.