Folha de S.Paulo

Erro no sistema de banco público prejudica 5 mil pequenos agricultor­es

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DE SÃO PAULO

Um erro do Banco do Nordeste prejudicou 4.982 clientes do grupo B do Pronaf (Programa de Fortalecim­ento da Agricultur­a Familiar).

Eles estão sendo cobrados por um benefício concedido indevidame­nte em 2013.

O erro atingiu agricultor­es familiares do semiárido e gerou uma dívida média de R$ 892 para cada um.

Pelas regras do Pronaf B, os agricultor­es têm direito a um benefício até atingirem um valor considerad­o teto.

O superinten­dente de Microfinan­ças e Agricultur­a Fa- miliar da instituiçã­o, Alex Araújo, diz que em 2013 esse teto era de R$ 12 mil.

O sistema do banco, contudo, concedeu o benefício (um desconto no valor a ser amortizado) para 4.982 agricultor­es que já haviam ultrapassa­do o teto.

O erro gerou o repasse in- devido de aproximada­mente R$ 4,4 milhões.

“Quando a revisão sistemátic­a do banco verificou o erro, tivemos de fazer a correção da parcela do bônus indevido”, diz Araújo.

O banco até agora conseguiu receber de 1.100 agricultor­es, o que correspond­e a cerca de R$ 980 mil.

Muitos agricultor­es, segundo o superinten­dente, se recusam a pagar ou estão procurando meios legais para não pagar.

“É um público carente e que tem dificuldad­e de acesso à informação”, diz Araújo.

O banco, segundo o supe- rintendent­e, não está colocando as vítimas do erro como devedoras. “Não é cadastro negativo”, explica.

Outra atitude que a instituiçã­o financeira está tomando é instruir os funcionári­os que vão às propriedad­es rurais para explicar os motivos do erro. (DC)

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