Brasil chega a 8º lugar em capacidade eólica instalada
País passa o Canadá e há perspectiva de crescimento neste ano; ventos no Nordeste são de boa qualidade
O Brasil ultrapassou o Canadá para se tornar em 2017 o oitavo país com a maior capacidade instalada em usinas eólicas, com cerca de 12,8 gigawatts, em uma trajetória ascendente dos investimentos na fonte renovável que pode levar a um novo avanço no ranking neste ano, segundo a presidente da Abeeólica (Associação Brasileira de Energia Eólica), Elbia Gannoum.
Com pouco mais de 2 gigawatts em novas usinas eólicas colocadas em operação em 2017, o Brasil apareceu como o sexto maior em expansão anual da capacidade em todo o mundo, à frente da França, com 1,7 gigawatt, segundo lista do Conselho Global de Energia Eólica (GWEC, na sigla em inglês) divulgada na semana passada.
Em 2018, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) vê 1,6 gigawatt em novas eólicas com alta probabilidade de entrar em operação no Brasil.
“A energia eólica tem tido nos últimos anos, desde 2009, um crescimento exponencial no Brasil. Esperávamos mesmo chegar a esses patamares, e a gente ainda espera talvez chegar à sétima posição [no ranking global em 2018]”, afirmou Gannoum, da Abeeólica.
A líder global em energia eólica é a China, com 188 gigawatts instalados. Os Estados Unidos estão na segunda colocação da lista, seguidos por Alemanha, Índia, Espanha, Reino Unido, França e Brasil.
Mas, embora o Brasil esteja a apenas 1 gigawatt de alcançar os 13,76 gigawatts dos franceses, o país pode levar de investidores por causa das características dos ventos do país, principalmente do Nordeste, visto por muitos especialistas como um dos melhores do mundo.
Segundo levantamento da consultoria ePowerBay, os dez parques eólicos mais produtivos do Brasil, todos no Nordeste, tiveram fatores de capacidade médios de 60,8% a 64,6% em 2017.
“Os números dessas usinas mais produtivas comparamse até ao rendimento de parques offshore, instalados em alto-mar”, disse o presidente do Conselho do GWEC, Steve Sawyer.
Segundo a Agência Internacional para as Energias Renováveis (Irena, na sigla em inglês), o vento brasileiro é razoavelmente mais produtivo do que a média global (pouco mais de 20%) —a média brasileira é de 30%.